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Enviada em: 05/05/2018

Os recursos midiáticos foram, ao longo da história, objeto do interesse de inúmeras instituições poderosas. Os governos totalitaristas, à exemplo do Estado Novo mantido por Getúlio Vargas, utilizaram fortemente tais recursos a fim de legitimar suas atitudes. Ainda nos dias atuais, a ameaça de manipulações persiste, de modo que urge explicitar tamanho poder massificante, salientando, porém, até onde a imparcialidade é possível.   Em primeiro lugar, convém analisar as tendências ao molde de opiniões presentes na mídia. Consoante a Max Weber, uma das maneiras de dominação existentes é a carismática, na qual a construção ideológica de um líder confere respeito e autoridade para exercício de poder. Nessa perspectiva, meios de comunicação corrompidos são importantes catalizadores para a estruturação de imagens paternalistas e heroicas, responsáveis por delinear concepções e fomentar a alienação política.     Contudo, é importante destacar a improvável existência de um discurso completamente imparcial. De acordo com Vygotsky, a fala é expressão do eu, estreitamente atada às experiências e pensamentos do indivíduo que dela faz uso. Nesse ínterim, a oratória guarda, por natureza, certo nível de pessoalidade, visto que nenhuma expressão está totalmente isenta de concepções particulares. O necessário, nesse sentido, é impedir que visões dessa natureza sobressaiam-se em relação ao que é informado.     Torna-se evidente, portanto, a imprescindibilidade de tratar mais profundamente questões acerca do poder controlador próprio das mídias. Cabe às universidades, em específico aos departamentos de Jornalismo e Comunicação Social, dar destaque a disciplinas na grade curricular que enfoquem princípios de neutralidade, como já se faz, por exemplo, em faculdades de Direito. Nesse sentido, técnicas de discurso devem ser ensinadas, com ajuda da Filosofia, a fim de formar insumos que ajudem a destacar a notícia, em detrimento da opinião que possa existir. Dessarte, será possível dirimir os excessos, potencializando o viés essencial da ação comunicativa - mostrar aos cidadãos, puramente, a natureza de fatos antes ocultos.