Materiais:
Enviada em: 18/10/2018

Mudam-se as formas, porém a finalidade permanece       A criação da imprensa no século XV otimizou a disseminação da informação. De lá para cá, os meios de comunicação consolidaram-se como importantes instituições do processo democrático. Hodiernamente, todavia, percebe-se que a imprensa tradicional, como revistas, jornais e televisão, tem perdido sua preeminência como forma de manipulação social. E, paralelamente, as mídias sociais têm se tornado o principal mecanismo de cooptação da opinião pública.       De início, cumpre assinalar a eficácia das mídias tradicionais no manejo da sociedade. Na primeira eleição após o período militar, por exemplo, o candidato Collor foi efusivamente exaltado pelos principais veículos de comunicação à época. A revista Veja, nesse sentido, estampou-o com os dizeres “O CAÇADOR DE MARAJÁS”; enquanto seu opositor no segundo turno, Lula, foi prejudicado pela tendenciosa abordagem que o Jornal Nacional realizou sobre um debate realizado a três dias da eleição. Como resultado desse conluio, Collor ganhou por uma pequena margem.       Em contrapartida, percebe-se certo enfraquecimento dos meios que, outrora, eram preponderantes na modelagem da agenda social. E, nesse sentido, o atual cenário político é particularmente elucidativo. Nesta eleição, goste-se ou não, o candidato Jair Bolsonaro, a despeito de ser uma das figuras políticas mais escrutinadas pelo “establishment” midiático e pertencer a uma agremiação pequena, conseguiu uma vaga no segundo turno. Ou seja, desconsiderando-se o mérito do postulante, é incontestável a relevância das mídias sociais nesse processo, demonstrando a ascensão dos novos paradigmas de comunicação como meio de influir na sociedade.       Urge, portanto, que a sociedade avalie com maior criticidade a informação que lhe é passada, independente da mídia utilizada para a veicular. Para tanto, cabe a escola, mediante proposição de leituras e práticas de debates, que fornecem opiniões divergentes, viabilizar a formação de indivíduos menos suscetíveis à manipulação.