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Enviada em: 05/11/2018

"A humanidade está adquirindo todas tecnologias certas por todas as razões erradas". De acordo com Buckminster Fuller, a mínima qualidade referente ao uso tecnológico é, muitas vezes, mais considerável que o próprio acesso a esses veículos. Portanto, urge a necessidade de reconhecer e problematizar a manipulação de usuários causada pela escassez do limite entre a privacidade e a segurança de dados que aproxima o brasileiro do pensamento do escritor estadunidense. Por conseguinte, o compartilhamento das chamadas "fake news" perpetua inverdades que consistem em ferir a esfera da ética brasileira.         Em primeiro plano, resalta-se, segundo levantamentos do IBGE em 2016, 94% do uso da Rede Mundial de Computadores como ferramenta para o envio ou recebimento de mensagens de texto. Sob essa perspectiva, interpreta-se que o domínio das tecnologias das informações de interações dos usuários extrapolam o mantimento de dados assegurados nos termos de cadastramento das plataformas virtuais. Para o sociólogo Foucault, o Estado controla as ações e omissões humanas por meio da vigilância e o controle de dados, mascarados em zelo pela segurança. Outrossim, isso demonstra-se presente no cenário nacional como consequência da ausência de políticas fiscalizantes.        Do mesmo modo, levantamentos extraídos nesse ano do site BuzzFeed, mostram que os usuários creditam a rede Facebook como principal fonte de matérias verídicas. Exemplo disso foi nas eleições presidenciais, em que o candidato Fernando Haddad foi alvo dessas fontes, cabendo ao Tribunal Superior Eleitoral desmentir relatos inverídicos sobre o paulistano. Com base nisso, a divulgação dessas "fake news" não só exercem certa influência nas condutas de quem as leem, todavia também ferem tanto a moral das vítimas expostas, quanto a democracia brasileira, conduta intrinsecamente ligada ao descaso no que tange a punições dos autores da prática.         Face às considerações exploradas, cabe ao Governo Federal, em parceria com iniciativas privadas, almejando o estímulo monetário as mesmas, a criação de softwares que fiscalizem web-sites brasileiros, visando ao mantimento das informações pessoais sob pena de multa àqueles que o infrinja. Ainda, compete ao Ministério da Educação, junto à direção escolar, a adição da matéria de Segurança na Rede à grade curricular, analogamente à mídia que mostra-se importante na inserção do debate aos núcleos familiares, didatizando a todos os cidadãos dos perigos causados pelos pilares antiéticos possíveis no sistema virtual. Somente assim será possível a construção de um país divergente da premissa de Fuller.