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Enviada em: 05/11/2018

Criada durante a Segunda Guerra Mundial para fins bélicos, a internet, hoje, vem ganhando novas formas de uso, sendo improvável acompanhar o mundo hodierno sem contactá-la. De fato, mesmo permitindo o rápido fluxo de informações, esse meio de comunicação enfrenta problemas quanto à manipulação do comportamento de seus usuários com o controle de dados na internet. Frente a essa perspectiva, devido ao interesse midiático, a questão instala-se, ditando sequelas psico-sociais a serem mitigadas.       É válido ressaltar, antes de tudo, o caráter capitalista dessa manipulação. Sob esse ângulo, a problemática encontra raízes históricas, já que a imprensa, durante o século XX, mostrava o consumo do cigarro como benéfico ao colocar a população das altas classes sociais utilizando o produto, de maneira a impulsionar os telespectadores a consumi-lo. Nesse viés, é indubitável que com o advento da tecnologia, o capitalismo passou a usufruir de novos meios para vender suas mercadorias: a internet. Sendo assim, tal cenário entra em consonância com a sociologia de Marx, no qual a economia move o mundo e, dessa maneira, as empresas dessa rede de comunicação filtram seu conteúdo, mostrando apenas aquilo que gerará lucro à ela e a seus patrocinadores.        É necessário analisar, ainda, a alienação fomentada por essa filtragem. Como na "Alegoria da Caverna", do filósofo Platão, só é possível alcançar o mundo inteligível por meio do pensamento crítico, que é adquirido pelo estudo. Congênere a isso, a mídia, ao controlar os dados publicados na rede, está comprometendo esse desenvolvimento intelectual do internauta, uma vez que ela divulga, não raro, apenas fragmentos da verdade. Destarte, é evidente que essa ocultação impede o cidadão de formar sua criticidade, já que não lhe é apresentada as informações por complete e sem viés ideológico, fazendo com que o leitor enxergue apenas a sombra do mundo real, assim como ocorre no mundo sensível platônico.       Infere-se, portanto, que a manipulação de usuários pela internet é um mal que precisa ser mitigado. Logo, é mister a atuação do CONAR (Conselho de Autorregulamentação Publicitária), que terá o papel de investigar as publicações e propagandas na internet, aplicando multas àquelas que apresentam possível manipulação, bem como censurá-las e impor, também, limite à quantidade de anúncios instigatórios na internet, no intuito de minimizar o poder de manipulação que a mídia tem sobre os internautas. Portanto, apenas com essas medidas, a rede se tornará menos hostil e os leitores, mais informados, para que, assim, consigam enxergar através das sombras da caverna platônica.