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Enviada em: 06/11/2018

Segundo Zygmun Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações políticas, sociais e econômicas é característica da “modernidade líquida” vivida no século XXI. No Brasil, hodiernamente, a internet é uma das principais fontes de informação, comunicação e entretenimento. Contudo, os dados de acessos em sites, como gostos e opiniões, são armazenados nos servidores de empresas privadas e muitas vezes são vendidos para companhias de publicidade representando um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada na nossa sociedade. Nesse sentido, convém analisar as principais causas e possível solução para essa problemática.         Em primeiro plano, pode-se destacar a falta de informação sobre as políticas de privacidade de determinados “locais” de acesso como impulsionador do problema. Dados do portal de notícias G1 revelam que quase 80% da população que faz uso da rede mundial de computadores não se preocupam com as suas informações privadas nos sites. Assim, é inadmissível que a sociedade aceite práticas que manipulem seus dados por algoritmos criados de forma mal intencionadas.         Em contrapartida, destaca-se a necessidade cada vez mais de empresas em entregar o produto ideal aos consumidores, tal fato acaba por gerar ideias como a de usar os “passos” que determinados grupos de pessoas dão na internet para criar tendências e determinado lucro para o mercado capitalista. Notícia divulgada recentemente pelo site BBC afirma que a cada dia empresas coletam mais de 71% dos dados dos usuários para atrair mais capital, influenciando-os a usar seus serviços. É inaceitável, que um país em que sua constituição de 1988 garante o livre acesso a informação e a liberdade de expressão, não crie políticas públicas para impedir a manipulação da sua população.        O combate à liquidez citado inicialmente, a fim de combater o uso indevido de informações para manipular a sociedade, deve torna-se efetivo, uma vez que expressar os gostos e posicionamentos é um direito de todo cidadão. Portanto, o Governo Federal, junto ao Ministério da Justiça, deve criar campanhas de conscientização dos dados postos em redes sociais, por meio de recursos destinados a isso, com a participação de escolas, alunos e professores e demais membros da sociedade. Espera-se, com isso, uma maior conscientização, melhor uso das informações e de dados divulgados na web, garantindo concretamente a liberdade de escolha das pessoas.