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Enviada em: 07/11/2018

A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro – assegura a todos o direito à vida, à igualdade e à liberdade. No entanto, quando se observa a transformação do comportamento da sociedade por meio da manipulação de dados na internet, no Brasil, verifica-se que a prática deturpa a teoria e a problemática persiste intrinsecamente ligada a realidade do país, seja pela massificação cultural, seja pela omissão social em relação a esse cenário flagelador.        Deve-se pontuar, de início, que a padronização cultural esteja entre as causas do problema. Segundo o filósofo da escola de Frankfurt Theodor Adorno, a globalização proporcionou a formação de uma "indústria cultural", onde a padronização dos costumes gera uma ilusão de liberdade de escolha, que é influenciada por dados e informações da internet. Desse modo, é inadmissível que um país que tenha uma Constituição Cidadã, a qual assegura o direito de liberdade, não garanta na prática que a sociedade tenha o poder de escolha e decisão, e não seja alienada.        Além disso, destaca-se a falta do diálogo social como impulsionador do problema. De acordo com Paulo Freire - educador e filósofo brasileiro - o diálogo cria base para a colaboração. Sob esse viés, é irrefutável que a manipulação do comportamento humano está atrelada à negligência por parte das instituições de ensino em debater sobre como a internet pode interferir nas atitudes de um grupo social e à omissão social em conversar e discutir sobre o assunto, o que contribui para a cristalização do problema. Logo, é indispensável atuação estatal e social para que tais obstáculos sejam superados.        É evidente, portanto, que a manipulação do comportamento através da internet é um cenário desafiador para o país. Destarte, o governo em parceria com o Ministério da Educação e Cultura, deve promover a criação de programas para serem desenvolvidos no ambiente escolar - haja vista que a escola é a máquina socializadora do Estado -, por meio de uma ampla divulgação midiática que inclua campanhas e debates entre professores e psicólogos sobre como a internet pode persuadir e mudar paradigmas sociais, para que o diálogo - à guisa de Paulo Freire - desintegre gradativamente a manipulação do indivíduo.