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Enviada em: 08/11/2018

“A tecnologia ameaça destruir tudo o que é humano no homem.” Consoante assertiva de Clarice Lispector –escritora modernista-, infere-se que a manipulação do comportamento do indivíduo pela utilização de tecnologias que controlam os dados, na internet, de cada usuário é, lamentavelmente, capaz de prevalecer em relação à liberdade de escolha. Esse imbróglio contemporâneo advém, sobretudo, do uso de algorismos pelas empresas midiáticas e engendra uma falsa percepção de autonomia. Portanto, é mister promover a educação no que tange à multiplicidade de conteúdos pesquisados.      Em primeira ótica, verifica-se que a internet, ferramenta disseminada a partir da Terceira Revolução Industrial na década de 1990, possibilita que sites de buscas e redes sociais filtrem os gostos de cada usuário, o que fomenta a necessidade humana crescente de estar conectado. Com isso, entende-se a inserção no Manual de Doenças Mentais (DSM) do vicio pela internet, haja vista que são expostos conteúdos nas plataformas digitais que corroboram as preferências pessoais. Dessa maneira, é imprescindível a divulgação de cartilhas cujo intuito seja propagar a relevância de inserir nas leituras hodiernas materiais com novos pontos de vista. Em segunda perspectiva, compreende-se que ao passo que os sites de buscas promovem conhecimento instantâneo, eles propiciam uma autonomia teórica de escolhas, uma vez que as informações individuais são compartilhadas com moderadores de outros sites, a fim de veicularem propagandas específicas. De acordo com a série ficcional “Black Mirror”, a sociedade tende a se tornar líquida, assim como o filosofo do século XX, Zigmunt Bauman, alertou, ou seja, as frágeis relações interpessoais serão guiadas pelas personalidades analisadas pelos algorismos. Assim, urge sair da inércia social vigente de frequentar os mesmos ambientes online com o auxílio informacional.   Por conseguinte, cabe ao Ministério da Ciência e da Tecnologia orientar os milhões de brasileiros conectados à internet a expandirem os conteúdos lidos. Isso deve ocorrer por meio da perpetuação de cartilhas virtuais que expliquem com recursos verbais e não verbais os malefícios de não diversificar o repertório cognitivo, a exemplo de charges acerca de sociedades alienadas e padronizadas. Destarte, será possível mitigar a manipulação do comportamento de indivíduos pelo controle de dados online.