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Enviada em: 16/11/2018

O século XXI é considerado como a "Era da informação", haja vista que a maior parte da população mundial possui acesso quase ilimitado às informações, por intermédio, principalmente, da internet. Tal conjuntura corrobora a célebre frase de Steve Jobs "a tecnologia move o mundo". Entretanto, não raro, o viés tecnológico pode ocasionar a manipulação do comportamento do usuário. Isso acontece porque, muitas vezes, há pouca fiscalização governamental, ocorre comodismo populacional, entre outros motivos.     Mormente, na obra "Ética a Nicômaco", Aristóteles afirma que é dever da política garantir o bem estar dos cidadãos, contudo, esse conceito encontra-se deturpado em muitas nações, inclusive no Brasil, uma vez que o Estado brasileiro tem falhado na garantia de proteção de dados de usuários, bem como no monitoramento de inverdades compartilhadas, na maioria das vezes, nas redes sociais, através de uma legislação que, comumente, não é respeitada. Dessa maneira, o indivíduo lida, diariamente, com inúmeros perigos e fraudes, a exemplo do roubo de dados ocorrido recentemente no Facebook.    Ainda convém ressaltar que, por diversas vezes, a própria sociedade é complacente à sua manipulação, pois comporta-se de maneira ingênua e até mesmo dislumbrada ao acreditar em tudo que está nas redes- mesmo que sejam informações sensacionalistas, de cunho parcial e fake news-, e não realiza um questionamento quanto a veracidade de tais premissas, e, portanto, torna-se um contingente muito facilmente influenciável. Um exemplo disso é que, de acordo com dados divulgados recentemente, as notícias falsas espalham-se 70% mais rápido do que informações comprovadamente verdadeiras.    Dessa maneira, é imprescindível que medidas concretas sejam realizadas com o intuito de combater de forma ampla o poder de manipulação oriundo das mídias no Brasil. A fim de que isso ocorra, é necessário que o Poder Executivo efetive, por meio de penas mais longas e multas de maior valor, a punição contra crimes cybernéticos, como o roubo de informações pessoais e disseminação de inverdades. Ademais, é, indubitavelmente, preciso que as escolas de todo o país, em conjunto com o Ministério da Educação, realizem, desde as fases mais tenras, aulas direcionadas e palestras sobre o tema, visando a incitar o senso crítico dos estudantes. Em adição, é de suma importância que a família seja, com seu papel influenciador, ativa na formação psicosocial do indivíduo, por intermédio de, por exemplo, diálogos instrutivos quanto à importância da própria opinião e sobre coersão. Afinal, deve-se combater na sociedade o fenômeno de submissão intitulado por Nietzsche como a " moral do rebanho".