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Enviada em: 14/05/2017

A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa. A fala do escritor inglês George Orwell nunca se mostrou tão atual, principalmente no Brasil, onde o poder da mídia passou a definir o campo político, social e econômico da sociedade. Diante do cenário conturbado brasileiro, não é difícil se deparar com  programas televisivos que determinam as opiniões dos cidadãos e que ditam o que é correto. No entanto, grande parte dessa situação é culpa dos próprios indivíduos, que não agem criticamente e que aceitam as imposições midiáticas sem exigir mudanças no jornalismo, especialmente.    Em primeiro plano é importante ressaltar o poder da mídia e a sua influência na história e nos indivíduos de uma sociedade. Por meio desses veículos midiáticos, grandes lideranças políticas conseguiram manipular e introduzir ideologias nas massas, como na Segunda Guerra Mundial, quando Adolf Hitler só conseguiu pregar o nazismo através da publicidade ou como na Ditadura Vargas, quando Getúlio foi apoiado pela população ao utilizar como estratégia o populismo e os programas de rádio. Ou seja, assim como o filósofo Bourdieu sustenta, o jornalismo, majoritariamente, deixou de transmitir a verdade e o certo e divulga o que lhe convém, ao controlar a opinião pública, ao apoiar certos grupos políticos, ao mascarar os fatos e ao propagar mentiras que se tornam verdades, sem que a sociedade perceba.    Outrossim, na maioria das vezes, essa manipulação ocorre em virtude da falta de senso crítico e de reflexão dos cidadãos, já que eles se prendem, com exclusividade, a determinados jornais, canais de televisão e sites da web, sem procurar outras fontes de dados e informações para saber se o que foi dito é verdade ou não. Com a internet, que deveria ajudar na busca de informações, a situação se intensifica e fica cada vez mais caótica, pois diversas notícias e acontecimentos são compartilhados por diversos internautas sem que haja um questionamento a respeito para ter a certeza de que uma notícia é verídica ou se trata-se apenas de uma calúnia ou invenção de alguém, por exemplo.    É evidente, portanto, a necessidade de medidas que combatam o impasse. Cabe às escolas e aos pais instruir crianças e jovens desde cedo para lidar com a explosão de informações divulgadas na internet e em outras mídias, por meio de palestras que mostrem como são feitas as manipulações e como identificá-las, além de instigar, progressivamente, o questionamento e o senso crítico. Cabe aos legisladores, por sua vez, a criação de leis que punam, com multas, os abusos cometidos pelos veículos midiáticos, bem como cabe a criação de uma ouvidoria online, em que a população possa denunciar matérias jornalísticas tendenciosas e a ausência de transparência nesses meios.