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Enviada em: 13/08/2017

A mídia massifica. Um dos exemplos claros dessa ação é o popular brinquedo da atualidade, chamado "fidget spinner". Através do discurso de que tais acessórios seriam "desestressantes", o 4º poder transformou-os em sensação em um período muito curto de tempo. A mídia dita a moda, os assuntos, os padrões de beleza e as opiniões, sejam elas relacionadas à cultura ou à política. Em primeiro lugar, no âmbito cultural, a mídia tende a divulgar discursos meritocráticos, induzindo a população a reproduzí-los. Um exemplo desses é a reportagem do jornal Folha de São Paulo, em uma de suas edições do início de 2017, cujo título era "negra, pobre e aluna de rede pública fica em primeiro lugar em curso mais concorrido da Fuvest". Embora Larissa, a estudante, tenha tido êxito no vestibular, ela é uma exceção, visto que o número de negros estudantes em faculdades públicas é bastante inferior ao de brancos. Diante de notícias como essas, as pessoas tendem a reproduzir discursos que enaltecem a meritocracia e reivindicam o fim ações afirmativas como as cotas raciais, as quais são responsáveis por garantir o princípio da isonomia na sociedade.   Ademais, no que diz respeito à política, a mídia define o apoio ou a oposição dos cidadãos a certas medidas tomadas pelo governo. Por exemplo, ao apresentar a PEC 55 - chamada popularmente de "PEC do teto dos gastos", por congelar os investimentos em algumas áreas -, o Jornal Nacional da emissora televisiva Rede Globo apresentou anteriormente uma reportagem que abordava o peso dos gastos com saúde e educação no orçamento nacional. Dessa forma, grande parte da população, haja vista esse ser o noticiário de maior audiência, é levada a apoiar a necessidade da aprovação desta proposta de emenda constitucional, sem ler o texto original ou buscar informações sobre as consequências negativas que podem ser geradas.  Sendo assim, entende-se, diante do exposto, que são necessárias ações das escolas em conjunto com os indivíduos a fim de cercear o poder de massificação da mídia. As instituições educacionais devem fornecer aulas de atualidades em seus currículos base, com o fito de ensinar os estudantes a manter-se informados a partir de um senso crítico, analisando as informações e os interesses por detrás de quem as divulgou. Paralelamente, os indivíduos devem buscar conhecimento de diversas fontes, com o objetivo de fortalecer sua criticidade em relação aos fatos e situações divulgados pela mídia. Dessarte, será possível minimizar os efeitos alienatórios produzidos pelo 4° poder.