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Enviada em: 29/08/2017

O governo nacional-desenvolvimentista de Juscelino Kubistchek foi responsável por modernizações em diversos setores nacionais, sobretudo no comunicativo pelo surgimento da televisão no país. Entretanto, pela primordialidade da população por estes meios no que tange à informatividade, tornou-se inevitável a atribuição, por parte da mídia, de um caráter manipulador - o que ocasionou problemáticas não só pela perda da racionalidade pelos indivíduos, como também pela clara parcialidade em questões políticas no Brasil. Logo, é imprescindível rever a forma como os recursos midiáticos devem ser inseridos no contexto social.     Conforme defenderam Adorno e Horkheimer, a sociedade tecnológica contemporânea utiliza dos meios de comunicação midiáticos como mecanismos de dominação, impondo modelos de comportamento e de consumo. A seguir esta linha de pensamento, é factível afirmar que, em um mundo globalizado, a massificação da cultura foi visível e, consequentemente, a padronização de estilos de vida - como na apropriação dos padrões norte-americanos no período da Guerra Fria que estendeu até os dias atuais. Dessa forma, a manipulação do indivíduo pelo conteúdo midiático restringiu sua capacidade crítica enquanto um ser cidadão e racional - o que é um obstáculo para o exercício da democracia e uma objetificação do ser humano. Portanto, cresce a cultura de massa paralelamente à minimização do racionalismo do homem hodierno.      Ademais, os reflexos desta manipulação não se limitam a questões sociais. Em âmbito político, é indubitável que as ações midiáticas intervém consideravelmente - como se refletiu na criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) no Governo Vargas. Diante deste contexto, a influência se dá não só em época de eleições - período no qual os meios comunicativos servem como campos de batalha dos candidatos - como também em escândalos políticos, retratados, na história, nos casos de "impeachment" dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma. Não obstante, a sociedade se deixa levar a consensos pelas informações transmitidas, na maioria das vezes, pelos oligopólios da televisão, o que reafirma a restrição crítica do cidadãos brasileiros.     Torna-se premente, portanto, que seja mediada as ações midiáticas nas circunstâncias da sociedade. Para tal fim, os órgãos governamentais devem destinar verbas para novas emissoras de televisão, com o intuito de desconstruir o oligopólio existente e a alienação dos indivíduos, e contribuir para a pluralidade de conteúdos transmitidos. Outrossim, a mídia deve aplicar um sistema de gestão que adote maior imparcialidade nas questões políticas, emitindo as propostas partidárias de maneira equânime, atribuindo um caráter mais informativo e assegurando consciências mais críticas no país.