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Enviada em: 07/10/2017

Ditadura midiática.   Johann Gutenberg - inventor alemão do século XV - originou o engenho que mudaria permanentemente a circulação de ideias em nível global, a "máquina de imprensa tipográfica". Tal invento, que posteriormente formaria a mídia, interviu diretamente nas relações sociais hodiernas, uma vez que tornou-se um canal de comunicação das vanguardas de minorias. Entretanto, ao passo que coadjuva o compartilhamento de informação, o sensacionalismo midiático, adotado por grande parte da imprensa, gera, além da alienação populacional, a perda do conhecimento factual.     Chama-se sensacionalismo midiático todo assunto/evento que é exibido de maneira muito exagerada pelos meios de comunicação, exemplo de jornais, rádios, revistas, televisões e às próprias redes sociais. Com intuito de alcançar um público maior de telespectadores, as peças midiáticas burlam as informações de alguns conteúdos - principalmente aqueles que causariam grande agitação no corpo social - transmitindo à uma totalidade demográfica conhecimentos que, ora maximizam o prazer ora geram ondas de revoltas. Um processo físico que explicaria esse fato é a refração óptica, onde raios luminosos são distorcidos ao incidirem em um meio diferente do inicial.     Outrossim, para Jean Baudrillard, "vivemos num mundo onde há cada vez mais informação e menos sentido". Como resultado, é incontrovertível que indivíduos expostos à esse contingente de informação tornem-se alienados, visto que, em sua maioria, essas pessoas não procuram saber quais são os alicerces das informações cedidas, convertendo-se, consequentemente, em meros analfabetos informacionais. Ademais, se analisada o método dialético socrático, uma vida sem questionamentos é uma vida de ignorância, sem moralidade. Dessa forma, a moralidade e o conhecimento estão inteiramente unidos.      Urge, portanto, a necessidade de medidas - governamentais, educacionais e familiares - que possam amenizar a formar de fazer e transmitir a informação. Assim sendo, cabe aos órgãos federais, à exemplo o MEC, alterar a grade curricular das escolas, introduzindo mais aulas de ética e moralidade, com intuito de difundir uma cultura de criticidade aos alunos. Ademais, para Edmund Burke, "as famílias são fábricas que produzem personalidades humanas". Dessa forma, é papel dessa instituição proteger, educar, debater e, principalmente, auxiliar o indivíduo a maneira correta de lidar-se ao receber uma informação, acreditando que seja verdade mas sempre conferindo a fonte primária. Por fim, a forma de se fazer notícia deve ser revista, ela não deve ter o fim de formar convencimento, mas apenas de transmitir informações e dar ao telespectador o árbitro de elaborar sua própria opinião.