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Enviada em: 23/04/2018

Em 2017, o Brasil viveu, em determinadas regiões, um surto de casos de febre amarela, doença até então controlada no país. Esse fenômeno movimentou diversos debates acerca do reaparecimento de enfermidades erradicadas, que passam a sobrecarregar o já fragilizado sistema de saúde brasileiro. Nesse sentido, fatores de ordem educacional, bem como social, caracterizam o dilema do ressurgimento dessas doenças.    É importante ressaltar, de início, a negligência escolar quanto ao reaparecimento e à propagação de diversas infecções. À guisa do pensamento de Kant, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele. Entretanto, as escolas brasileiras falham nesse processo de formação social ao se omitirem em relação às doenças reemergentes, que, em sua maioria, são transmitidas de pessoa a pessoa. Tal fato é ratificado pelo surto de sífilis, doença sexualmente transmitida, entre 2005 e 2014, que, segundo o Ministério da Saúde, acometeu cerca de 100 mil gestantes. Assim, uma população desinformada sobre as transmissões e as prevenções das doenças torna-se mais vulnerável ao seu contágio.    Outrossim, tem-se a influência do modo de vida contemporâneo nesse quadro caótico. Conforme o filósofo Zygmunt Bauman, em sua obra "Modernidade Líquida", o mundo pós-moderno é marcado pela fluidez e pela velocidade das transformações sociais. Nesse contexto, os indivíduos são submetidos a altas cargas de estresse e tensão, que leva a uma baixa na imunidade, favorecendo a disseminação de doenças. Ainda, a medicina contemporânea aponta o estressante cenário atual como uma fragilidade que beneficia a reemergência de várias enfermidades.