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Enviada em: 25/04/2018

É no mínimo impactante observar os dados que apontam o elevado nível de reincidência de doenças antes consideradas erradicadas no Brasil. Em curtos espaços de tempo uma nova resurge: H1N1, tuberculose, febre amarela, leishmaniose e, que todos os anos volta a ser preocupação nacional, a dengue. Elas aparecem frequentemente afetando grupos mais pobres, alvos devido ao mesmo problema que leva a esse quadro: A má qualidade dos serviços públicos e a falta de informação para essas pessoas.  Foi divulgado pelo IBGE que cerca de 40% da população brasileira não conta com saneamento básico. Além disso, para muitos o acesso a hospitais e medicamentos é limitado. Por exemplo, a maior causa da mortalidade infantil no País é a diarreia, fácil de ser tratada apenas com o uso de soro. Esse conjunto de fatores os torna muito mais suscetíveis a doenças, se nem mesmo remédios corriqueiros, como o soro, são inviáveis, a chance de cura de outras enfermidades mais sérias é ainda menor. O esgoto á céu aberto e a ineficiência do sistema de saúde para cidadãos que já são carentes facilita a proliferação de vírus, bactérias e insetos vetores.  Outro ponto importante é a falta de divulgação de como prevenir essas e outras doenças semelhantes com práticas cotidianas. A febre amarela, a leishmaniose e a dengue são, por exemplo, transmitidas através de mosquitos, logo, seguem todas as mesmas medidas profiláticas. A sífilis e a gonorreia, também com aumento no número  de casos, são ambas sexualmente transmitidas, submetendo-se as mesmas ações de prevenção. Alertar sobre a importância de evitar água parada, instalar redes para impedir a entrada de insetos e usar repelentes, para as primeiras, e do uso de preservativos, para as segundas,  já diminuiria em muito as ocorrências anuais. Levar informação é benéfico não apenas às pessoas em risco, mas também aos hospitais e redes públicas que poderiam redirecionar seus esforços a outras enfermidades.  Não é difícil afirmar, então, que o reaparecimento de doenças que há anos possuem cura conhecida é consequência da precariedade dos serviços que deveriam evitá-las e do não conhecimento do povo sobre as mesmas. Fazem-se necessárias campanhas governamentais que efetivem medidas preventivas, como o combate aos mosquitos vetores, a distribuição maciça de telas de proteção contra insetos e a conscientização sobre a importância do uso de preservativos. Elas devem ocorrer durante todo o ano e em todo o território nacional, não em poucas cidades quando os doentes voltam a reaparecer. Assim, esses casos seriam drasticamente reduzidos e o custo envolvido no tratamento poderia ser implantado em melhorias no sistema de saúde.