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Enviada em: 28/04/2018

Superação de Bruzundanga       Dengue, febre amarela, sífilis. Todas essas patologias tem algo em comum: ano após ano são reincidentes no Brasil. Isso se deve, infelizmente, tanto por fatores estruturais como por aspectos ambientais que inferem na problemática veementemente. Nesse sentido, convém buscar alternativas para dirimir esse infortúnio.       Em primeira instância, é basilar destacar a conjuntura social que envolve o coletivo brasileiro. Segundo a teoria determinista geográfica de Friedrich Ratzel, os fenômenos naturais estão ligados entre si por rígidas relações, de tal forma que o comportamento humano está predeterminado. Isto é, o homem seria produto do meio o qual vive. Dessarte, aquele que é privado de saneamento básico e de recursos profiláticos é acometido por doenças que aproveitam de tais lacunas estruturais para se proliferarem. Um exemplo nítido desse fato, é a dengue que dissemina-se facilmente em ambientes com água em repouso, sejam córregos ou até mesmo esgotos a céu aberto.       Ademais, o desmantelamento ambiental presenciado hodiernamente agrava o contexto. Em ecologia, um fator que define o equilíbrio em um ecossistema é o efeito de diluição. Ou seja, um fenômeno que caracteriza a existência de vários hospedeiros e faz com que os outros não tornem-se ideais para a doença. No entanto, em abril de 2017, o Brasil fora assombrado com a febre amarela que, curiosamente,  afetou principalmente Minas Gerais. Esse fato deve-se, sobretudo, ao rompimento da barragem de Mariana que desestabilizou o ecossistema local e estimulou indiretamente a ressurgência da febre amarela no estado.        Infere-se, portanto, que é consternador o quadro das doenças reemergentes no país. Por isso, é substancial que o Ministério do Meio Ambiente ofereça planos de saneamento básico, como o uso de fossas sépticas e tratamento de esgoto adequado para elevar as condições sanitárias dos meios sociais. Já o Ministério da Saúde deve ofertar medidas profiláticas, como vacinas e assistência médica eficientes, para prevenir as doenças e garantir a saúde coletiva de qualidade. Além disso, a mídia com seu alcance propagandístico pode através de campanhas e propagandas, com auxílio de biólogos e agentes ambientais, emponderar os indivíduos no que tange o desmatamento a fim de preservar o ambiente. Assim sendo, poder-se-á verificar um país mais próximo dos valores de ordem e progresso, deixando para trás o legado de Bruzundanga - nação problemática e flagelada por imbróglios sociais e políticos - presente apenas na ficção de Lima Barreto.