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Enviada em: 28/04/2018

Hodiernamente, tem se tornado muito comum o reaparecimento de doenças que foram controladas e até mesmo erradicadas no Brasil. Essas doenças, como a dengue, o sarampo e a febre amarela, voltam a causar surtos e epidemias na população, levando muitas pessoas a óbito. São vários os fatores que podem explicar esse reaparecimento. Dentre eles, pode-se destacar a destruição ambiental, que leva o ser humano a um contato cada vez maior com patógenos desconhecidos e o aumento no volume de pessoas que se deslocam de um local para o outro, se expondo a um maior contato com doenças. Além disso, há influência de fatores climáticos, falta de acesso a serviços básicos de saneamento e aumento na resistência de micro-organismos aos medicamentos disponíveis.     É indubitável, de fato, que o ser humano tem destruído cada vez mais os habitats naturais através de práticas como o desmatamento, a agricultura e a pecuária. Essa devastação faz com que os seres humanos tenham um maior contato com áreas pouco exploradas, habitadas por patógenos até então desconhecidos. Como muitas espécies de animais não sobrevivem a essa destruição do ambiente, o novo alvo dos agentes etiológicos (transmissores da doença), passa a ser o ser humano. Com isso, muitas doenças que antes ocorriam apenas no ambiente selvagem, passam a ocorrer também nas cidades, como é o caso da febre amarela. O Brasil, por ser um país de grande biodiversidade, está mais suscetível ao reaparecimento de doenças reemergentes, que são aquelas que já eram conhecidas, mas mudaram seu comportamento epidemiológico.    Ademais, a facilidade de deslocamento das pessoas de um lugar ao outro aumenta o contato e a transmissão de várias doenças, podendo causar uma pandemia, como ocorreu em 2009, quando a gripe A (ou gripe suína)  foi registrada pela OMS nos seis continentes do mundo. As mudanças climáticas também podem favorecer a reprodução de vetores, como é o caso do mosquito da dengue. Outrossim, a falta de acesso a serviços básicos de saneamento contribui para a transmissão de doenças por água contaminada e a resistência de micro-organismos aos medicamentos disponíveis também facilitam o retorno de várias enfermidades.    Diante do exposto, cabe ao Governo investir em pesquisas com o intuito de acompanhar as mutações destes microrganismos e, assim, adequar o sistema de vacinação. O Ministério da Saúde deve também criar campanhas de vacinação para os refugiados de forma a evitar que novas doenças sejam trazidas para o Brasil. Cabe também à população se conscientizar sobre as consequências da destruição do meio ambiente e ajudarem a combater o ambiente propício ao desenvolvimento de vetores e hospedeiros, além de manter a carteira de vacinação em dia.