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Enviada em: 12/06/2018

O reaparecimento de doenças erradicadas é um novo desafio de gestão pública no Brasil. Após décadas de esforços, algumas doenças - como o sarampo, a sífilis e a febre amarela - voltaram a ter registros em prontuários médicos e se tornar uma preocupação para a saúde pública. A mudança de percepção das pessoas em referência ao assunto é um fator importante para entender o problema. Dada a gravidade da situação, os esforços no combate a doenças transmissíveis não pode cessar.      Assim, é importante perceber os precedentes históricos do problema. A humanidade foi assolada por pestes e pandemias, que destruíram civilizações e marcaram profundamente religiões e culturas por todo o mundo. Algumas doenças, como a hanseníase e a tuberculose, ainda têm relação com forma como a sociedade trata os excluídos, com livros de literatura com incontáveis menções a "leprosos" e "tuberculosos". A evolução da medicina, a melhoria dos padrões de higiene e saneamento e a descoberta de antibióticos e vacinas mudaram os rumos da humanidade.      Nesse contexto, importa mencionar a épica revolta da vacina, ocorrida em 1904, quando a má informação provocou uma percepção popular negativa quanto às medidas aplicadas pela gestão de saúde pública na época. Hoje, ocorre um movimento contrário: a falta de informação estimula o consumo excessivo de antibióticos, promovendo gerações mais resistentes de microorganismos, e a rejeição às vacinas pela crença de que elas são inúteis ou que provocam doenças. Recentemente, em São Paulo, uma criança não vacinada contraiu sarampo e contaminou seis bebês. Em 2015, apenas o Ceará computou 161 casos dessa doença já erradicada.       Assim, percebe-se a necessidade de ação das autoridades de saúde pública. O Ministério da Saúde deve, por meio de distribuição de material informativo, incentivar escolas e câmaras legislativas a promover palestras locais, em que serão abordadas a gravidade dessas doenças e formas de combate. Deve ainda, por EaD, qualificar professores e profissionais de saúde, que têm acesso às famílias e às comunidades.