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Enviada em: 30/04/2018

Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação do Sarampo pela Organização Pan-americana de Saúde, porém, recentemente, novos casos voltaram a assolar o país. Juntamente com outros surtos de doenças controladas, este fato reacendeu as discussões sobre saúde pública. É preciso identificar e combater as causas de retorno dessas doenças com urgência, evitando que fujam do controle novamente. Certamente, a falta de saneamento básico - que permite a proliferação de vetores e a contaminação de águas consumidas - e os fluxos migratórios podem interferir no controle dessas doenças. É o caso do surto de sarampo no Norte, relacionado à entrada de estrangeiros contaminados no país. O cerne do problema, porém, acaba sendo a baixa imunização da população brasileira. Segundo a Federação Nacional dos Médicos, em 2016 o Brasil teve a pior taxa de vacinação contra poliomelite da última década. Enquanto isso, a cobertura da segunda dose de sarampo no país, segundo o Ministério da Saúde, é de apenas 76%. Tais dados alertam para um problema maior: embora o SUS ofereça ampla cobertura, a imunização está caindo. Isso está acontecendo principalmente pois pais estão abertamente deixando de vacinar seus filhos, tanto porque a erradicação de doenças trouxe uma sensação de segurança quanto por conta de uma perigosa onda anti-vacinação causada por estudos falsos e já desmentidos que relacionam vacinas a autismo. A não imunização proposital de crianças saudáveis prejudica a imunização de rebanho. Faz-se mister, portanto, campanhas efetivas de combate a essa prática no país. O Ministério da Saúde deve elaborar uma campanha informativa na mídia, que envolva tanto profissionais da saúde quanto celebridades nacionais falando sobre os perigos da falta de vacinação e sobre a segurança das vacinas. Além disso, o órgão deve intensificar a fiscalização, com visitas periódicas de agentes de saúde aos domicílios e a obrigatoriedade da apresentação do cartão de vacinas ao profissional, inibindo, assim, a prática de não-imunização deliberada.