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Enviada em: 08/05/2018

As doenças reemergentes constituem um grupo de afecções que alarmam a Organização Mundial da Saúde (OMS) devido aos impactos sociais e econômicos que acarretam. No Brasil, o reaparecimento dessas patologias está vinculado à inoperância populacional no que tange a práticas preventivas e à deficiência governamental na promoção do saneamento básico em escala nacional.         Em primeiro plano, ressalta-se que a alternância entre estações secas e chuvosas no território brasileiro propicia um ambiente de sazonalidade a diversas doenças, como dengue e febre amarela, cujos vetores são mosquitos. Nesse viés, são notórios os efeitos gerados pela inoperância populacional na aplicação de práticas de prevenção ao surgimento dessas afecções, uma vez que a maior parte dos vetores se reproduzem em ambientes propiciados pela ação antrópica, tais como nas casas onde há recipientes com água parada e em locais onde o lixo é acumulado. Ademais, salienta-se a realização de atos sexuais sem o uso de preservativos é um fator que intensifica o surgimento de DST’s reemergentes. Sob essa conjectura, depreende-se que, embora no Brasil a distribuição de preservativos seja gratuita, a utilização desses métodos preventivos ainda precisa ser ampliada.                Paralelamente, sabe-se que a precariedade do saneamento básico nas regiões mais carentes do país intensifica a problemática. Esse fator contribui para o ressurgimento de doenças que podem ser facilmente prevenidas por meio do tratamento eficiente da água e dos esgotos e evidencia a insuficiência do suporte governamental à saúde dos cidadãos. Nesse contexto, o atraso na instalação desse processo de higienização acarreta um dano econômico ao país, visto que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar investido em saneamento básico é equivalente a uma economia de 4,3 dólares em gastos de saúde pública.         Urge, portanto, que ações coletivas sejam realizadas para retificar o impasse. Mormente, é necessário que sociedade civil, em posse de instruções do Ministério da Saúde, trabalhe para a prevenir o surgimento de patologias reemergentes por meio da limpeza de ambientes propícios para a reprodução de vetores e, concomitantemente, por meio do uso de preservativos na realização de atos sexuais. Ademais, o Governo Federal deve destinar às unidades federativas recursos para o estabelecimento homogêneo dos processos de saneamento básico, com o fito de reduzir o acentuado número de afecções provenientes dessa falta de tratamento dos resíduos em todas as localidades do país. Dessa maneira, talvez seja possível solver o impasse do reaparecimento de doenças erradicadas no Brasil.