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Enviada em: 06/05/2018

A Revolta da Vacina, ocorrida no início do século XX, no Rio de Janeiro, foi um movimento popular contra a obrigatoriedade da vacinação, proposta pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Este tentava erradicar os casos de varíola da sociedade carioca. Na contemporaneidade, mesmo com os avanços da ciência e da medicina, doenças erradicadas voltaram a acometer parte da população brasileira. Isso decorre do fato de, na maioria das vezes, muitas pessoas negligenciarem a vacinação, isto é, deixarem de se vacinar, dando espaço para o reaparecimento de diversas doenças como: febre amarela, sífilis, dentre outras. Frente a isso, o combate a doenças reemergentes precisa ser debatido pela sociedade brasileira.       Assemelhando-se ao contexto descrito no livro "O cortiço", de Aluízio de Azevedo, em que a população menos favorecida financeiramente vivia em condições insalubres; o processo de favelização das cidades e a desigualdade social favorecem o surgimento de diversas doenças, antes erradicadas. Isso ocorre devido à falta de saneamento e higiene às quais as pessoas, que vivem nesses locais, estão submetidas. Essas condições de moradia, por sua vez, corroboram para o desenvolvimento de vetores responsáveis por disseminar várias doenças, dentre elas, pode-se citar a dengue.       Por conseguinte, a polêmica dos efeitos colaterais causados por muitas vacinas é outro fator que influencia no negligenciamento das campanhas de vacinação. Diante disso, vale destacar a polêmica envolvendo a vacina contra o HPV, aplicada em meninas de 9 a 14 anos, que, sob a visão de muitos pais, seria responsável por incitar suas filhas a praticarem relações sexuais, em vez de preveni-las contra o câncer de colo de útero. Representando, assim, um retrocesso frente aos avanços científicos no combate e prevenção de doenças.       Em síntese, o reaparecimento de doenças já erradicadas preocupa grande parcela da população brasileira. Para amenizar tal situação é necessário que o Estado, por meio do Ministério da Saúde, além de incentivar a população a se vacinar, desenvolva políticas públicas que promovam o combate a essas doenças por meio de ações coletivas, envolvendo toda a população. Objetivando, assim, mitigar os casos de doenças reemergentes. Não obstante, as escolas -formadoras do senso crítico dos cidadãos- e a mídia -veículo de comunicação- devem conscientizar a população acerca da importância da saúde preventiva como ferramenta de combate a essas doenças, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas, além de informá-las sobre como agir diante dessas situações.