Enviada em: 12/05/2018

Durante a república oligárquica, o Rio de Janeiro foi tomado por confrontos entre população e governo, na tentativa de erradicar doenças, juntamente com o médico sanitarista Oswaldo Cruz. Atualmente, questões de saúde pública continuam a preocupar pelo reaparecimento de moléstias e os enormes gastos públicos na área da saúde. Assim, o ressurgimento de doenças emergentes, no Brasil, é caracterizado por um contexto de desrespeito ao meio e falta de precauções.  A princípio, surge a forma com que o contexto capitalista afeta a natureza e altera as dinâmicas ambientais sem que ocorram consequências adequadas para os culpados. Quanto mais o lucro é buscado, maiores são os impactos naturais que afetam animais silvestres e seres humanos. Dessa forma, enfermidades aparentemente erradicadas tendem a reaparecer pelas alterações na cadeia alimentar de seus predadores ou mesmo pela destruição de seus habitats, levando pessoas e agentes etiológicos a competirem pelo espaço urbano. Prova disso é o rompimento de um barragem em Mariana-MG que prejudicou o rio Doce e acabou com matas ciliares, sendo esse evento acusado por especialistas como uma das causa de surtos de doenças, como a febre amarela.    Nesse contexto,surge o descuido da população em manter medidas básicas de prevenção. O sociólogo Pierre de Bourdieu defendia a teoria do Habitus, que demonstra como ações podem ser incorporadas como verdades ao contexto de uma determinada sociedade. Dessa forma, os avanços científicos do século XX criaram uma comunidade com ``complexo de super herói´´, que não teme enfermidades e ,consequentemente, não se previne, acarretando em aumento nos casos.  Essa realidade é comprovada pela reincidência de doenças, como a sífilis, que pode ser prevenida com simples uso de preservativos, ou mesmo pelo crescimento de grupos anti-vacina ao redor do mundo.   Logo, é necessário diminuir os impactos ambientais e disseminar informações para toda a sociedade. É fundamental que Ministério da Educação e governos locais invistam em palestras em escolas públicas, abertas para a sociedade, com profissionais da saúde qualificados que debatam amplamente sobre a importância de modos de prevenção na luta por qualidade de vida. Também é importante que o Supremo Tribunal Federal haja em parceria com o Ibama punindo mais severamente crimes de caráter ambiental, acabando com a aparente inatingibilidade de mineradores e da bancada ruralista, para criar um sistema no qual os poluidores paguem corretamente pelos seus crimes. Assim, é possível construir um país com melhores condições de saúde para todos.