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Enviada em: 25/05/2018

No ano de 1904, no Rio de Janeiro, ocorreu uma violenta manifestação popular denominada Revolta da Vacina. Tal situação ocorreu devida à ideia de que as vacinas serviriam para erradicar a população mais pobre, pois seus efeitos positivos na eram conhecidos. É inegável que, hodiernamente, mesmo com todo o avanço da ciência, ainda há empecilhos que dificultam a vacinação eficiente, o que facilita o reaparecimento de doenças. De fato, essa conjuntura, no Brasil, é caracterizada por um contexto de desrespeito para meio ambiente e pela falta de precauções. A priori é válido destacar o crescimento mundial do movimento anti-vacina. Indubitavelmente, essa situação se deu pela autonomia adquirida para a prática não científica da medicina, baseada em fatos não comprovados, desconstruindo progressivamente a autoridade médica que tem contribuindo para os extremos de negação das evidências. Segundo a OMS, cerca de 1,5 milhão morrem todos os anos de doenças que poderiam ter sido prevenidas. Prova disso trata-se do ressurgimento do sarampo, que deixou de circular em 2002 graças ao aumento da cobertura vacinal, que vem alertando as autoridades por ser uma doença viral, de fácil disseminação, que possui altas taxas de mortalidade infantil. Outrossim é preciso ressaltar que a falta de saneamento básico, a migração, os fatores ambientais e as mutações genéticas agravam esta problemática. De acordo com o professor titular do Departamento de Clínica Médica da UFMG, Manoel Otávio, essa reintrodução coincide com o modelo econômico atual baseado na exploração do trabalho e do meio ambiente. Tais fatores, acrescido a fome, as desigualdades sociais, o desemprego e as condições de vida das populações pobres, são fatores fundamentais para esse retorno. É inegável que o retorno da febre amarela é um exemplo disso, ela chegou ao Maranhão por meio da migração de macacos, impulsionada pelas mudanças climáticas e, devido a interiorização e a movimentação humana em áreas endêmicas, se alastrou pelo país que registrou o maior número de casos desde 1980. Torna-se evidente, portanto, que a reincidência das patologias reemergentes é fruto de um descuido da população, tanto em manter as medidas básicas de prevenção, quanto em diminuir os impactos ambientais. A fim de que essa situação seja resolvida o Ministério da Saúde somando forças com o Ministério das Cidades, deve voltar a investir em campanhas sanitárias de prevenção, a fim de, como já aconteceu antes, garantir o controle das epidemias. Adicionalmente, as escolas precisam instituir palestras abertas à sociedade, com profissionais de saúde qualificados que discutam a importância de modos de prevenção na luta por uma melhor qualidade de vida. Só assim, será possível construir um país com melhores condições de saúde para todos.