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Enviada em: 14/07/2018

No ano de 1960, a tuberculose ceifou a vida de um dos grandes poetas romantistas brasileiros: Casimiro de Abreu. Apesar da imunização contra esse mal ter chegado ao Brasil no ano de 1927,as informações equivocadas a respeito dela impediram o poeta e muitas outras pessoas de se vacinarem. Cem anos depois, os informes errôneos a respeito da imunização ainda existem, e somados às condições de pobreza extrema em parte significativa da sociedade são determinantes para o reaparecimento de doenças antes tidas como erradicadas do Brasil.     Nesse contexto, averigua-se que as ¨fake news¨ acerca da vacinação são um dos principais fatores que impedem que ela se concretize. No ano de 1998, ao sugerir uma relação entre o autismo e a vacina Tríplice Viral , o  pesquisador e gastroenterologista Andrew Wakefield contribuiu para o surgimento de movimentos antivacinação que se alastraram por todo o mundo e, consequentemente, coadjuvou na propalação de enfermidades outrora controladas. Desde então, tais movimentos cresceram e as notícias falsas também, os efeitos foram: diminuição na cobertura vacinal, causada pelo receio da população em relação aos efeitos colaterais, e a eclosão de antigas e novas epidemias.    Além das notícias falsas, a desigualdade social existente no Brasil também auxilia no ressurgimento de doenças. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cinquenta milhões de brasileiros vivem na linha de pobreza, com péssimas condições de moradia, falta de acesso a saneamento básico e à moradia de qualidade. Dessa forma, essa classe social se torna vulnerável à enfermidades como:  hepatites virais ¨A¨ e ¨E¨, rotavirose e poliomielite, todas associadas dentre outras coisas à saneamento básico e higienização. Assim sendo, o livro ¨O Cortiço¨ , de Aluísio de Azevedo deixa de ser mera ficção e passa a ser o retrato de parte significativa da sociedade brasileira ao mostrar todas as mazelas de uma massa abandonada pelo poder público.      Logo, para que  as epidemias deixem de ser um impasse e o quadro de desigualdade seja atenuado no Brasil, é imprescindível que o Poder Executivo sancione uma lei que obrigue a imunização. Os indivíduos que desrespeitarem essa lei deverão pagar multas com o preço que se julgar necessário. Cabe também ao Ministério da Cultura juntamente com o Ministério da Saúde, mediante verbas advindas das multas pagas por quem desrespeitar a lei de vacinação, realizar campanhas em mídias sociais, televisivas e radiofônicas. Essas campanhas podem mostrar depoimentos de pessoas que foram acometidas por doenças evitáveis e desmistificar os boatos em torno das vacinas. Por fim, o Ministério das Cidades em parceria com a Prefeitura precisa organizar reuniões de estudo nos espaços das comunidades a fim de melhorar o saneamento básico e as condições de moradia.