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Enviada em: 07/06/2018

Segundo a teoria demográfica reformista, embasada na obra de Karl Marx, é a miséria que provoca o alto crescimento demográfico. Assim, funcionando conforme tal teoria, o reaparecimento de doenças antes erradicas ou controladas, como dengue, sífilis, febre amarela e leishmaniose, no Brasil, está relacionado à manutenção das desigualdades socioespaciais e falibilidade das medidas preventivas e corretivas no país.        Nesse contexto, a má infraestrutura sanitária, especialmente nas regiões mais carentes, contribui para manutenção dessas enfermidades. Prova disso é que a maior parte (82%) das larvas do mosquito Aedes aegypit, transmissor da dengue, na região nordeste, são encontradas em reservatórios improvisados de água nas áreas mais pobres onde não há seu abastecimento. Ademais, a baixa cobertura de coleta de lixo, especialmente nas zonas periféricas, como nas favelas, também possibilita a instalação de criadouros desse e de outros vetores, como o mosquito palha, o qual transmite a leishmaniose. Segundo Milton Santos, geógrafo brasileiro, esses problemas estruturais refletem o crescimento desordenado dos municípios e cidades brasileiras.            Outrossim, a por vezes reduzida efetividade das políticas preventivas e corretivas dessas doenças agravam tal quadro. Observa-se, então, a frequente falta de vacinas, como a tríplice viral e a contra a febre amarela, no sistema público de saúde, bem como a escassez de medicamentos para tratar a sífilis, a qual pode provocar cegueira e malformação fetal nas crianças que nascem com a síndrome da sífilis congênita. Cabe ressaltar, ainda, a falta de informação da população quanto às devidas medidas preventivas, o que provoca adoção de ações equivocadas e até bárbaras, a exemplo do assassinato de macacas na tentativa de erradicar a febre amarela.        Dessa forma, o ressurgimento de doenças, no Brasil, relaciona-se com problemas estruturais e sociais fazendo-se necessário para seu combate o aumento do abastecimento de água por meio da construção de estações de abastecimento e tratamento da mesma, principalmente nas áreas periféricas, pelas empresas de abastecimento e governos municipais a fim de reduzir possíveis criadouros de vetores. É preciso, ainda, a instituição de educação preventiva e sexual nas escolas por meio de palestras promovidas pelas Secretarias de Educação e pelo Ministério da Educação para disseminar na população as corretas medidas preventivas.