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Enviada em: 11/06/2018

O Eterno Retorno       Uma das mais bem sucedidas campanhas de erradicação de doença no planeta é o combate à poliomelite, iniciada pelo Rotary Club (aproximadamente no ano de 1985). De fato, esta doença foi eliminada no Brasil e hoje é encontrada somente em dois ou três países, que estão em guerra ou que apresentam dificuldades religiosas para a imunização da população. No entanto, essa parcial vitória abre ensanchas a determinada pergunta: é possível o reaparecimento da doença?       Com efeito, a realidade brasileira é bastante direta em responder a pergunta acima, pois, não são raros os surtos doenças que nós pensávamos que estariam controladas ou erradicadas. De fato, junto com a crise da Venezuela, o sarampo imigrou para Roraima e tivemos de volta o seu vírus. Isso demonstra que é óbvia a falha sanitária das fronteiras. Aliás, este erro é reincidente, pois, o Brasil permitiu a entrada do chicungunya, (trazido pelos haitianos) e do zika (quando da Copa da Fifa de 2014).       Por outro lado, dentro do próprio território brasileiro verificamos uma desídia generalizada no zelo pela saúde. Entre 2005 e 2014, foram registrados mais de 100 mil casos de sífilis em mulheres grávidas. A febre amarela, aparentemente controlada, ganhou progressivamente território brasileiro em 2018 porque houve descaso no controle do Aedes aegypti.       Enfim, é evidente que medidas precisam ser tomadas. A população precisa ser conscientizada, e relembrada periodicamente, da necessidades da prevenção de doenças. Assim, lembrando da lei do eterno retorno proposta por Friedrich Nietsche, é necessário repetidamente fiscalizar fronteiras, vacinar a população, combater vetores, tratar doentes e adquirir bons hábitos (como usar preservativos, evitar água parada ou recolher adequadamente o lixo). São medidas simples, que, além de enxugar gastos públicos, favorecem a saúde e a qualidade de vida da população brasileira, evitando o reaparecimento da poliomelite e de outras doenças.