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Enviada em: 15/06/2018

No Brasil, é comum a ocorrência de epidemias em certas épocas do ano, principalmente no verão, quando há maior proliferação de insetos causadores de doenças. Anualmente, registram-se diversos casos como esses -em 2018, por exemplo, no início de fevereiro, o número de afetados por febre amarela chegou a mais de 1600, segundo dados do Ministério da Saúde. Assim, evidencia-se que tal quadro comprova o despreparo do Estado e da sociedade civil na reversão desse panorama, o que requer soluções imediatas.  Primordialmente, é válido salientar a escassez de campanhas educativas nas mídias e em locais de ampla circulação de pessoas, seja pela falta de verba governamental, seja pela pouca abrangência dessas medidas paliativas. Nesse sentido, vê-se que projetos de conscientização constituem importantes mecanismos capazes de informar a população sobre as formas de contaminação das doenças, assim como seus sintomas e medidas profiláticas que podem combatê-las. Como resultado da carência dessas práticas, observa-se a perda do uso da ação comunicativa proposta pelo filósofo Jurgen Habermas, segundo o qual o diálogo entre  o Estado e a comunidade é fundamental para a obtenção do consenso. Tornam-se nítidos, assim, os elevados índices de doenças como febre amarela, chikungunya, zika e dengue, todas transmitidas por mosquitos.  Outrossim, deve-se destacar a influência da negligência popular quanto à adoção de medidas que visem à eliminação dos vetores. Nessa perspectiva, infere--se que ações como coleta de lixo, limpeza contínua de calhas e tonéis e inibição de água parada, que auxiliariam na mitigação das enfermidades, nem sempre  são práticas realizadas pelos membros do meio coletivo. Com efeito, tendo em vista a predominância do pensamento individualista na contemporaneidade, há uma ruptura da solidariedade orgânica identificada pelo sociólogo Émile Durkheim, já que os indivíduos não exercem seus devidos papéis de assistência mútua para zelar pela saúde do próximo.  Fica clara, portanto, a necessidade de superação da continuidade de tais epidemias no Brasil. Por conseguinte, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com a mídia televisiva, ampliar campanhas publicitárias de combate às doenças, por meio da divulgação de suas formas de transmissão e de medidas profiláticas em propagandas, as quais contem a presença de especialistas na área, como médicos. Tais ações teriam por objetivo alertar a sociedade acerca dos riscos à saúde que essas patologias podem causar. Desse modo, tal quadro típico da realidade brasileira será paulatinamente suplantado.