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Enviada em: 18/06/2018

No contexto da República Velha, verificou-se uma intensa busca pela modernização do Brasil. Com o objetivo de eliminar doenças epidêmicas que se alastravam pelo país, o Governo Federal propôs uma campanha de vacinação obrigatória para a população, resultando em uma grande revolta popular. Nesse sentido, nota-se que a problemática ainda persiste na sociedade brasileira, visto que, segundo a Organização Mundial da Saúde, várias doenças que haviam sido erradicadas estão reaparecendo no cenário nacional. Com efeito, deve-se analisar o papel governamental nesse processo.     Em primeira análise, a Constituição Federal de 1988 garante a todos a saúde, todavia o Poder Público não efetiva esse direito na prática, ao passo que a mal planejada e ineficiente rede urbana tem possibilitado a propagação de diversas doenças. Isso ocorre principalmente devido a omissão do Estado que, atrelado à desigualdade social, intensifica os problemas de urbanização das grandes cidades, sendo evidenciado pelas diversas moradias precárias nas quais há a ausência de saneamento básico e sistema de coleta de lixo. Em consequência disso, nota-se o crescimento de áreas propícias ao alastramento de mosquitos vetores de doenças, como é o caso do Aedes Aegypt, agente transmissor da febre amarela e dengue.    De outra parte, o baixo investimento em pesquisas dificulta que medidas alternativas sejam implantadas em todo território nacional. Recentemente, a Oxitec, grande empresa de biotecnologia, desenvolveu em seus laboratórios os chamados “Aedes do Bem”, mosquitos estes que, através de modificações em seus genes, possibilitam a eliminação de seus descendentes ainda em sua fase de larva, impedindo que doenças como a Chikungunya e o Zika Vírus sejam propagados. Essa ação que foi realizada na cidade de Piracicaba, em São Paulo, resultou em uma queda de 80% dos casos de dengue na região, porém a falta de recursos e incentivos governamentais faz com que o projeto não ganhe proporções nacionais. Dessa forma, faz-se necessário que o Estado modifique esse cenário.      Diante disso, fica evidente que medidas públicas são essenciais para que as doenças reemergentes sejam definitivamente erradicadas. É fundamentei, portanto, que os Governos Estaduais intensifiquem projetos de planejamento habitacional e urbano, garantindo que todos os bairros proporcionem o mínimo de infraestrutura para a população. É imprescindível que a sociedade cumpra seu papel social de prevenção dos focos de mosquitos, objetivando dar suporte ao Poder Público a fim de melhorar a qualidade de vida nacional. Por fim, cabe ao Governo Federal incentivar o desenvolvimento de soluções sustentáveis através de parcerias com empresas como a Oxitec, financiando projetos para que haja uma abrangência nacional, garantindo, assim, o bem-estar da nação.