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Enviada em: 18/06/2018

A história da humanidade é permeada pela história das doenças, havendo momentos nos quais estas dizimaram o homem _como no caso da Peste Negra_ e outros, nos quais foram exterminadas por ele _como ocorrido com a varíola. Contudo, verifica-se hoje, no Brasil, o ressurgimento de patologias antes controladas, fato que preocupa, e deve ser tratado a partir de suas causas. Entre os principais fatores originadores dessa ressurgência, e que merecem atenção especial, estão a falsa sensação de segurança, por parte da sociedade, e as alterações antrópicas no ambiente.       Em relação à falta de consciência quanto à possibilidade de se contrair doenças erradicadas, essa é causa preponderante para o reaparecimento dessas patologias pois, ao não sentir-se ameaçada, a população deixa de adotar medidas profiláticas básicas,como a lavagem de mãos. Sendo assim, a sociedade inteira torna-se mais vulnerável, uma vez que o indivíduo descuidado, ao contrair uma dessas doenças, tem facilidade em transmití-la devido à falta de barreira capaz de contê-la. Esse é o caso, por exemplo, da H1N1, a qual causou uma pandemia em 2009 e chamou a atenção para o uso do álcool em gel em locais públicos, mas, após controlada, perdeu o foco de modo que hoje o álcool em gel  foi deixado de lado.       Quanto ao impacto das transformações humanas no meio ambiente, esse propicia o retorno de doenças erradicadas à medida que alterações no ecossistema abalam o nicho ecológico de vetores e reservatórios das patologias, de forma a repelí-los pra o meio urbano. As queimadas, os desmatamentos e os desvios de fluxos hídricos, por exemplo, ilustram ações antrópicas passíveis de inviabilizar reprodução ou estada de animais em seus habitats naturais e forçá-los a se aproximar das cidades em busca da sobrevivência. O caso da febre amarela ilustra muito bem essa problemática, pois, segundo evidenciado em estudos dos novos casos, a variante ressurgente é, justamente a rural, indicando migração do vetor ( Anophelles sp.) para os grandes centros, possivelmente motivada pala destruição das áreas florestais amazônicas, seu habitat natural.       Em suma, o reaparecimento de doenças erradicadas preocupa e deve ser tratado através de seus causadores, entre os quais estão a falta de cuidado e as mudanças humanas no ambiente. Assim, concerne ao Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias Estaduais de Saúde, promover maior visibilidade às doenças ressurgentes por meio da veiculação de cartilhas de alerta e prevenção, a fim de tornar a sociedade ciente do riscos de contaminação e dos cuidados necessários, bem como da necessidade de mantê-los. Ademais, é responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente conter as alterações de ecossistema por meio de monitoramento de impactos nos hábitos das espécies.