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Enviada em: 24/06/2018

No livro "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, a precariedade da saúde pública é um dos principais impasses a ser enfrentado, visto que os personagens retratados na narração não contavam com condições básicas de higiene e, por conseguinte, apresentavam maior suscetibilidade à doenças. Com o notório avanço da medicina na contemporaneidade, foi possível amenizar ou até mesmo combater diversas enfermidades antes vistas com frequência; no entanto, devido à existência de grupos antivacina e de impactos ambientais, o reaparecimento de doenças antes erradicadas se configura como uma das principais problemáticas frente à efetividade da saúde pública brasileira, tornando necessária, portanto, a tomada de medidas para sua resolução.  A Revolta da Vacina, manifestação popular ocorrida em 1904 no Rio de Janeiro, foi motivada pela instituição da vacinação obrigatória pelo Estado, que foi completamente omisso em instruir a sociedade da época acerca desse tipo de imunização, vista pela primeira vez em território brasileiro. De maneira análoga, é indubitável que um dos maiores empecilhos no que concerne ao sucesso das vacinas é a falta de engajamento do povo; esta, contudo, é acarretada pela ausência da elucidação dos médicos e profissionais da saúde em relação à sua importância. Assim, abre-se margem a grupos que alegam a dispensabilidade das vacinas e difundem efeitos colaterais que, na realidade, não existem, permitindo comentários sem embasamento científico algum e coibindo seu pleno êxito.  Além disso, os impactos ambientais, não obstante sua causa natural, são, muitas vezes, agravados pelo indivíduo, e também se caracterizam como pertencentes à problemática por serem diretamente ligados à transmissão de doenças: desequilíbrios ecológicos causam estresse nos animais, que têm seu sistema imunológico fragilizado e são mais suscetíveis à transmissão de enfermidades aos seres humanos. Nota-se, dessa forma, que a questão em pauta perpassa além da necessidade de prevenção por meio da vacinação, tornando clara, ainda, a imprescindibilidade de um engajamento social.  Mediante o exposto, o Ministério da Saúde, em consonância com a mídia, deve elucidar o funcionamento e os benefícios da imunização, com médicos e demais profissionais da saúde que visem explicitar a importância que ela exerce para manter uma doença erradicada, por meio de propagandas a serem transmitidas na televisão. Ademais, cabe ao Ministério da Educação incluir aulas de educação ambiental na grade curricular das escolas, por meio de metodologias criativas e aulas práticas, a fim de alertar os estudantes a respeito de desequilíbrios ambientais e formas de atenuá-los. Desse modo, o reaparecimento de doenças erradicadas reduzirá consideravelmente, provando que a situação vivida pelo Rio de Janeiro em 1904 não se aplica de forma absoluta à realidade atual brasileira.