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Enviada em: 06/07/2018

Surtos atuais de Dengue e Febre Amarela, doenças outrora erradicadas no Brasil, levam-nos a questionar: o nosso país é capaz de lidar com problemas, ao menos, de ordem simples de saúde pública? De certo, não. A inoperância majoritária dos projetos governamentais para essa área, somada à desordens ambientais e socioeconômicas associadas ao modelo de urbanização do país e à falta de informação, colaboram para que o problema se revele.         O artigo 196 da Constituição Federal dá peso ao papel do Estado na garantia da saúde para todos, ao colocá-lo como devedor desta. Todavia, a ação principal do poder público, que se materializa nos investimentos e projetos, tem se mostrado ineficiente através do reaparecimento de doenças erradicadas, por exemplo. Esse indubitável regresso poderia ser evitado com a melhoria da estrutura de hospitais e mais rigor na fiscalização de leis que garantem a salubridade, inicialmente.           Paralelamente, um ciclo de erros advindos da urbanização tardia coloca a sociedade, em um todo, como colaborativa para esse ressurgimento. A desorganização das cidades, em conjunto com mudanças climáticas, questões ambientais e estilo de vida, criou, de certa forma, cidadãos não responsáveis quanto à prevenção de certas doenças. A exemplo, tem-se o mosquito Aedes aegypti, vetor de muitas doenças que é atraído por um desleixo, a água parada, muito comum nos municípios.             Além disso, a falta de informação das massas sobre questões fundamentais de saúde pública é quase que cultural no Brasil. A Revolta da vacina, movimento de 1904, é realista ao mostrar uma população inteira prejudicada pela ausência de conhecimento. É imprescindível que o brasileiro saiba o seu papel no combate ao Aedes aegypti, às DSTS (usando preservativo), dentre outras ações.           Fica evidente, assim, a necessidade de mudança nos setores sociais. O Ministério da Saúde deve intensificar as campanhas de fiscalização, nas áreas urbanas e rurais, aplicando multas às prefeituras e governos que não garantem a salubridade em seus espaços (combate à água parada, por exemplo. O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) deve, ao analisar fatores ambientais, naturais e não naturais, que provoquem risco aos novos surtos, criar projetos para tentar amenizar o risco, por exemplo, ao alertar a população em propagandas que a poluição do ar facilita o surgimento de doenças respiratórias. Dessa forma, dominar o impasse será mais fácil.