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Enviada em: 17/07/2018

Agentes patológicos correm livremente entre os os indivíduos brasileiros com a certeza do êxito. Não por prerrogativa própria deles, mas porque a queda da taxa de imunização da população tornou propício o reaparecimento de patologias já erradicadas no país, circunstância que vem preocupando diversas autoridades da saúde. Com efeito, avaliar os fatores que favorecem o ressurgimento de doenças, bem como o papel das autoridades públicas e dos cidadãos no combate a essa realidade dão medidas que se impõem.   Salienta-se, a princípio, que para Carla Domingues (coordenadora do Programa Nacional de imunização - PNI), a volta de determinadas doenças pode estar associada a queda do número de indivíduos vacinados. Diante dessa premissa, observa-se que dados publicados pelo PNI mostram que em 2016 houve a maior queda do número de pessoas vacinadas: apenas 84% da população estava imunizada contra a meta de 95% - taxa recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Dessa forma, é preciso que a vacinação seja valorizada como medida de proteção da saúde pública.     Em outro pano, ressalta-se que segundo Bauman, o individualismo é característica impregnada ao mundo pós-moderno. Em consonância com o sociólogo, analisa-se que as autoridades estatais apresentam-se indiferentes quanto a precariedade da vigilância epidemiológica. Nesse âmbito, José Pereira, membro do Ministério da Saúde, argumenta que devido a falta de compromisso do governo, a carência de equipamentos e insumos, a irregularidade da vigilância e o despreparo dos profissionais da área são assertivas que propiciam a reemergência de epidemias, como a febre amarela. Assim, faz-se imprescindível a presença efetiva do Estado na saúde pública a fim de reverter essa triste realidade.    Torna-se evidente, portanto, que o reaparecimento de doenças no Brasil só será contido com a mobilização da sociedade e autoridades públicas. Sendo assim, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com a mídia, promover campanhas de esclarecimento dos mitos da vacinação, bem como seus benefícios e importância, de modo que a população, sobretudo os pais, adote esse comportamento preventivo. Por sua vez, o governo em suas esferas municipais, estaduais e federal, precisa aplicar efetivamente as verbas em infraestruturas de unidades de vacinação e hospitais, a fim de estabelecer um compromisso com a saúde pública. Por fim, conclui-se que o tão sonhado Brasil saudável do futuro só será alcançado se medidas forem adotadas no presente.