Materiais:
Enviada em: 25/07/2018

É indubitável que o reaparecimento de doenças erradicadas é um dos principais problemas que acometem o Brasil atualmente. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados, aproximadamente, 950 mil casos de dengue no ano de 2010, enfermidade que já havia sido extinguida. Esse cenário é reflexo da resistência populacional em relação à medidas profiláticas e, também, do constante desmatamento do meio ambiente.        Em 1904, durante a República Velha na cidade do Rio de Janeiro, ocorreu a Revolta da Vacina, fenômeno que representou a luta de uma sociedade desinformada contra a aplicação obrigatória de vacinas que trariam apenas o bem para a população. Hoje em dia essa situação ainda é uma realidade em nosso país, na medida em que diversas pessoas, principalmente de comunidades mais carentes, devido a uma falta de informações propiciada àquelas, não dão a necessária importância para a profilaxia de doenças. Destarte, moléstias que já se encontravam erradicadas têm, progressivamente, se reinstalado no Brasil, como, por exemplo, a sífilis, DST já extinguida no século passado e que reemergiu nos últimos anos devido a não utilização de preservativos, principalmente, por jovens.       Como se isso não bastasse, outro fator substancial para o agravamento do problema é o desequilíbrio ambiental decorrente da degradação dos biomas nacionais. De acordo com diversos pesquisadores, a exploração de áreas inocupadas fomenta, profundamente, o fato conhecido como deslocamento de vetores, isto é, insetos e animais que viviam na zona desmatada e que transportavam o agente etiológico são forçados a migrarem para outras regiões que, possivelmente, estão povoadas. Com isso, tem-se a proliferação de enfermidades já erradicadas, como, por exemplo, a febre amarela, que se reinstalou no país devido ao desmatamento e que, infelizmente, resultou na morte de diversos macacos, pois muitas pessoas creditaram apenas ao animal a razão da volta da doença.       Logo, faz-se necessário que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, por meio da realização de uma constante e rigorosa fiscalização em zonas de obrigatória preservação, preserve uma parcela maior do meio ambiente nacional para que, dessa forma, vetores não se desloquem para áreas com contingente populacional, diminuindo, assim, sua propagação. Por fim, é importante que o Ministério da Saúde e da Educação, por meio da inserção de aulas de Educação Sexual na grade escolar, cientifique mais jovens sobre a importância de se utilizar preservativos em relações sexuais para que, dessa maneira, a transmissão doenças sexualmente transmissíveis seja atenuada. Assim, o ressurgimento de moléstias já erradicas no Brasil seria combatido de maneira mais eficiente.