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Enviada em: 08/07/2018

A Revolta da Vacina de 1904 foi um movimento em que a população recusou participar da campanha obrigatória de imunização, por acreditarem que era uma espécie de veneno. Isso se deu pela falta de informação transmitida, fato que se estende até os dias atuais, visto que o advento dos movimentos antivacinas ganham cada vez mais força e ressurgem doenças já erradicadas, como o sarampo. Ademais, é válido ressaltar a falta de saneamento básico, também responsável pelo reaparecimento de enfermidades, configurando-se um grave problema social.       Consoante Arthur Schopenhauer, "todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo". Sob tal ótica, é evidente a necessidade do esclarecimento acerca da importância das vacinas para a sociedade. Dados do Ministério da Saúde em 2017 apontam que a imunização contra a poliomelite está abaixo de 50% em grande parte dos municípios brasileiros, além do surto de sarampo em 3 estados, sendo esse dado de julho de 2018. Isso se deve em virtude dos grupos contrários a imunização, que não possuem qualquer base científica, influenciados muitas vezes por fake news. O revés da questão encontra-se no fato que, apesar de erradicadas, pessoas não vacinadas tornam-se suscetíveis, possibilitando a circulação dos agentes infecciosos.       Em paralelo, pode-se destacar a falta de saneamento básico, intrinsecamente ligada à questão socioeconômica, responsável por enorme parcela das enfermidades que acometem a população na atualidade. A lei 11.445/07 garante o direito de todo cidadão ao saneamento básico, não obstante tal inciso não é desempenhado eficientemente. Destarte, a parte da população mais afetada é sempre a mais pobre, exposta à lixões a céu aberto e esgoto, ambientes propícios para a propagação de doenças como a zika, dengue e febre amarela, outrora erradicadas no Brasil.       Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para evitar o reaparecimento de patologias. É imperioso que o Ministério da Saúde promova pesquisas em conjunto com universidades, a fim de provar a segurança das vacinas para a população, além de, junto à mídia, promover uma intensa divulgação da relevância e dos riscos que a não imunização trazem para todo o país, por meio de campanhas e propagandas. Outrossim, o Ministério das Cidades deve cobrar às prefeituras o cumprimento da lei 11.445/07, aplicando multas para as que não cumprirem esse direito fundamental. Isto posto, os problemas relacionados às doenças tenderão a diminuir gradativamente.