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Enviada em: 20/07/2018

Em outubro de 1985, o mundo chocava-se com a morte precoce do galã hollywoodiano Rock Hudson, a primeira das inúmeras celebridades em todo o planeta a falecer de uma doença até então desconhecida: a AIDS. Todavia, com o avanço medicinal, métodos de controle ao vírus da AIDS foram desenvolvidos e, à medida que tornaram-se acessíveis, acabaram por encerrar a epidemia. Ou, pelo menos, era o que se pensava: no nosso País, não apenas a AIDS, mas outras enfermidades como o sarampo e a rubéola também "voltaram" após um longo período de erradicação. Esse estado de regressão no quadro epidêmico tem levantado discussões e debates, no setor de saúde pública, a respeito do que está, de fato, originando o retorno dessas doenças.               O impetuoso motivo apontado e, que, notavelmente, é indubitavelmente preocupante, tem sido o excesso de fake news que circulam nas redes sociais dia após dia sobre os possíveis efeitos colaterais negativos das vacinas, fazendo com que muitas pessoas, por insipiência e medo, deixem de se vacinar. Como consequência, vemos um surto de febre amarela que acometeu o todo o Brasil nos últimos meses com letalidade que beira os 50%, algo inacreditável para uma enfermidade que esteve, até então, erradicada há mais de meio século. É de exuma visibilidade o desconhecimento e a ignorância da população não apenas acerca do tratamento das doenças, mas como também da prevenção (nos casos da AIDS, por exemplo, em que faz-se necessário o uso de preservativo), e cabe, indubitavelmente, ao poder executivo tomar as devidas providências.               É de responsabilidade do Ministério da Saúde apresentar cartilhas que explicitem as causas e consequências de cada enfermidade. Para isso, logicamente, não devem haver interesses prioritariamente políticos, como os que originaram a Revolta da Vacina, há 114 anos. Em adição, é de absoluta importância que o cidadão comum faça sua parte, denunciando os casos de fake news e, posteriormente, os responsáveis por elas, além de procurar se informar ao máximo a respeito das doenças e vacinas, contando com a ajuda das cartilhas. Também seria importante que o Ministério da Educação, junto ao Ministério da Saúde, organizasse palestras com profissionais do meio a respeito do tema, em escolas e universidades, pois, como outrora pregou o educador Paulo Freire, educação transforma pessoas, e pessoas mudam o mundo.            Tomadas as devidas medidas, poderemos enfim impedir que as patologias tornem-se males irremediáveis na sociedade brasileira, como ocorreu tantas vezes ao longo da história. Aqueles que não aprendem com o passado estão condenados a repeti-lo.