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Enviada em: 23/07/2018

Cazuza, em sua música "O Tempo Não Para", retrata a ideia de que o futuro está repetindo o passando. Hodiernamente, analisando o reaparecimento de doenças que antes eram erradicadas no Brasil, é possível fazer uma  analogia à ideia do cantor, visto que, décadas atrás, o Brasil passava pela fase da Revolta da Vacina, a qual dificultava a erradicação da Febre Amarela, e hoje compreende-se nos movimentos "anti-vacinação": resultados da insuficiência de informações, impasse o qual merece destaque e discussão.        Em primeira análise, é notório que os movimentos contra vacinas impulsionam o ressurgimento de novas epidemias em todo o país, haja vista que o Brasil possui uma grande onda imigratória, a qual facilita o contato de indivíduos infectados com os que não possuem células de memória para essas doenças. Contudo, as marchas "anti-vacinação" podem ter como causas o lapso por parte dos profissionais de saúde acerca de esclarecimento das dúvidas da população, e a falha midiática no que diz respeito à clareza de informações. Segundo Henry Ford, o passado serve para evidenciar as falhas e indicar o progresso para o futuro, considerando que tais problemáticas faziam-se presente no Brasil na época da Revolta da Vacina.       Outrossim, outro fator que contribui para o reaparecimento das doenças e que compreende, também, a irregularidade das informações, são as fake news, as quais roteiam em textos publicados em redes sociais acerca de possíveis reações adversas da vacina. Nesse ínterim, a insuficiência de informações por parte da comunidade, somada às notícias falsas que percorrem a internet, corroboram, quase exclusivamente, para a negativa dos indivíduos no momento de vacinação. Em vista disso, consoante ao ideal de Thomas Hobbes, "a intervenção estatal é necessária como forma de proteção dos cidadãos de maneira eficaz".      Nesse contexto, é imprescindível que o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Educação, promova a qualificação dos profissionais de saúde para os momentos das vacinas, a fim de torná-los aptos a esclarecer as dúvidas da população, e isso poderá ser feito por meio de cursos e palestras que retratem a importância da linguagem apropriada no momento do contato "agente de saúde-população". Ademais, a mídia, por meio do seu alto poder persuasivo, deve promover informações precisas acerca das vacinas, por meio de campanhas que possam ser de fácil compreensão para todas as faixas etárias e que possam ser assistidas em horário nobre. Dessa forma, haverá um maior progresso social e o Brasil não repetirá erros do passado, e, assim, a música de Cazuza poderá ser contestada no âmbito da saúde.