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Enviada em: 13/08/2018

Em um dos contos da obra ''Sagarana'', dois primos estão à beira da morte por conta da malária, uma doença para a qual já existem remédios de prevenção e que está restrita à regiões florestais. No entanto, esse cenário pode se tornar realidade em vista de um problema recorrente na sociedade hodierna: o reaparecimento de doenças erradicadas. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os principais fatores relacionados a essa problemática, principalmente no que diz respeito ao receio envolvendo a vacinação e ao desmatamento.  No início do século XX, diversas doenças que já haviam sido controladas - tais como sarampo, malária e tuberculose - voltaram a emergir no Rio de Janeiro. À vista disso, o governo da época, de forma extremamente autoritária, tornou a vacinação obrigatória, entretanto a população não possuía conhecimento dos benefícios e da importância das vacinas, gerando pânico e revolta. O receio que circunda a imunização é perpetuado até os dias atuais visto que, segundo a Organização Mundial de Saúde, 1 em cada 5 crianças não são imunizadas. Isso contribui para o ressurgimento de doenças erradicadas, uma vez que a vacinação é o meio mais eficaz para o combate e controle de epidemias.   Além disso, a urbanização e o desmatamento corroboram o agravamento da situação. Tendo em vista que mosquitos gostam de ambientes quentes e úmidos, as florestas são os seus locais preferidos. Contudo, a urbanização e o consequente desmatamento são os responsáveis por destruir as matas, obrigando os mosquitos - vetores de diversas doenças - a se moverem em direção às cidades. Em 2017, por exemplo, a região sudeste, a mais urbanizada do país, sofreu com um surto de febre amarela, uma doença que estava sob controle há anos.  Dessarte, medidas são necessárias para resolver a problemática supracitada. Cabe ao Ministério da Saúde promover campanhas de conscientização que expliquem a importância, como funciona e os benefícios da vacina, a fim de diminuir o receio que a circunda. Para isso, preleções deverão ser ministradas em locais de trabalho e em escolas, com o intuito de sanar todas as dúvidas dos cidadãos . Ademais, é dever do Ministério do Meio Ambiente convencer as pessoas da importância da preservação ambiental, através de comerciais televisivos que explicitem a realidade atual e de debates em faculdades e colégios, com o objetivo de juntar a população na luta contra a degradação florestal. Quem sabe, assim, seja possível combater o reaparecimento de doenças erradicadas e traçar um futuro diferente dos dois primos de ''Sagarana''.