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Enviada em: 18/08/2018

Em um dos contos da obra ''Sagarana, dois primos estão à beira da morte por causa da malária, uma doença para a qual já existem remédios de prevenção e que está restrita à regiões florestais. Contudo, esse cenário pode voltar a se repetir por conta de uma problemática que dominou a sociedade hodierna: o reaparecimento de doenças erradicadas. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os principais fatores relacionados ao ressurgimento dessas enfermidades, destacando, principalmente, o temor à vacinação e o desmatamento.  No início do século XX, diversas doenças que já haviam sido controladas, tais como sarampo e malária, voltaram a emergir no Rio de Janeiro. Por isso, a vacinação passou a ser obrigatória, fato que gerou pânico e revolta, haja vista a falta de conhecimento da população sobre o funcionamento e os benefícios da vacina. Atualmente, esse temor ainda é perpetuado visto que, segundo a Organização Mundial de Saúde, 1 em cada 5 crianças não são imunizadas. Dessa forma, doenças já erradicadas voltam a aparecer, uma vez que a imunização é imprescindível para combater e prevenir epidemias.    Além disso, a urbanização e o desmatamento corroboram o agravamento da situação. Tendo em vista que mosquitos gostam de ambientes quentes e úmidos, as florestas são seus locais preferidos. Todavia, elas estão sendo destruídas devido à urbanização da sociedade e o consequente desmatamento. Assim, os mosquitos têm de se locomover em direção às cidades, transmitindo doenças que estavam restritas à regiões florestais e, portanto, sob controle. Em 2017, por exemplo, a região sudeste, a mais urbanizada ao longo dos anos, sofreu com um surto de febre amarela, uma enfermidade que estava confinada às florestas há décadas.   Dessarte, cabe ao Ministério da Saúde utilizar o dinheiro que provém de impostos para produzir e distribuir cartilhas que expliquem como funciona a vacina e a sua importância, a fim de criar cidadãos mais informados e diminuir o tabu que circunda a imunização. Ademais, é dever do Governo Federal e de todo cidadão apoiar, por meio de doações, as instituições que lutam contra o desmatamento, como o Greenpeace, com o intuito de preservar as florestas e manter os mosquitos longe das cidades, evitando epidemias. Por menor que seja a doação, se todos colaborarem o objetivo será alcançado. Quem sabe, assim, será possível traçar um futuro diferente dos dois primos de ''Sagarana''.