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Enviada em: 02/08/2018

A Revolta da Vacina ocorrida no Rio de Janeiro marcou o século XX no Brasil, não apenas pelos conflitos ocorridos na época, mas pela forma rápida em que a epidemia da varíola se espalhou pelo país. De maneira análoga a isso, vemos hoje o reaparecimento de doenças até então consideradas erradicadas no Brasil, que se espalham de forma rápida e desordenada, principalmente em áreas mais pobres e periféricas. Sendo assim, dois aspectos importantes se destacam: por que essas doenças voltam a aparecer e as principais dificuldades no combate às epidemias.        Primeiramente, é indubitável que um dos principais motivos para a reemergência de doenças no Brasil é a falta de saneamento básico em áreas menos favorecidas e zonas de favelização. Perante isso, dados divulgados em 2018 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) apontam que apenas 50,3% dos brasileiros têm acesso à coleta de esgoto, evidenciando as dificuldades enfrentadas na destinação de seus dejetos pelas populações mais carentes. Desse modo, esse cenário se torna ideal para o desenvolvimento de agentes transmissores de doenças, que encontram pouca resistência, seja do ambiente ou da população local que em sua maioria possui pouco conhecimento da existência desses vetores e de formas de combate aos mesmos.         Outrossim, podemos elucidar as dificuldades encontradas no combate às doenças e epidemias que surgem e ressurgem no território nacional. Nesse prisma, a falta de conhecimento das doenças constitui-se um dos principais fatores que influenciam no combate aos surtos epidêmicos, pouco se é falado nos meios de comunicação sobre as formas de proliferação e de prevenção, fazendo com que a população se esqueça de tomar os devidos cuidados, deixando de colaborar com as campanhas de saúde. Consoante a isso, Richard Rorty filósofo estadunidense cita: "Se podemos contar uns com os outros, não precisamos depender de mais nada", ou seja, é incontrovertível que o trabalho conjunto entre a sociedade e os agentes de saúde mostra-se um fator determinante no combate.       Destarte, faz-se necessário a adoção de medidas visando diminuir o reaparecimento de doenças erradicadas no Brasil. Com isso, cabe ao Governo Federal destinar verbas para criação de programas de saneamento básico em áreas propicias a instalações subterrâneas  e melhorias de projetos sociais como o minha casa minha vida, a fim de que mais famílias possam sair das zonas precárias e sem estrutura, onde os riscos de doenças são maiores. Ademais, cabe ao Ministério da Educação em parceria com a Organização Mundial da Saúde, promover campanhas mensais, abordando diferentes doenças e alertando sobre os riscos de não preveni-las. Somente assim, evitaremos revoltas geradas pela desinformação como a da Vacina no Rio de Janeiro, e melhoraremos a saúde publica no Brasil.