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Enviada em: 01/08/2018

Os brasileiros ainda sonham com o "emplastro Brás Cubas"       Brás Cubas, personagem machadiano, morreu por não tratar sua pneumonia, enquanto sonhava com o "emplastro Brás Cubas", um medicamento capaz de curar todos os males da humanidade. Embora a Medicina tenha avançado exponencialmente, reaparecem no Brasil doenças que já foram erradicadas. Segundo o Ministério da Saúde, neste ano foram registrados mais de 800 casos de Sarampo, por exemplo.       Primariamente, é necessário reconhecer a consequência da falta de informação no que tange a prevenção de doenças. Apesar do acesso a preservativos, medicamentos e vacinas no país, a desinformação desestimula a população a buscar seus direitos. Se, no século XX, os brasileiros participaram da Revolta da Vacina, há hoje uma postura omissa -- segundo o Instituto Ipsis Mori, a maioria dos brasileiros não está com a vacinação em dia, e muitos acreditam em mitos sobre a vacinação.       Além disso, um dos fatores que resulta no baixo número de vacinados é o preço. Já que o Programa Nacional de Vacinação é focado em atender as crianças e os idosos, faixas etárias mais vulneráveis, os adultos recorrem ao sistema privado de saúde, que nem sempre possui valores acessíveis. Entretanto, para que se interrompa os ciclos de transmissão das doenças, é necessário que o maior número possível de pessoas tenham acesso às medidas de profilaxia, e não só os mais ricos.       Em suma, para que doenças como o sarampo e a poliomielite voltem a ser erradicadas do país, é necessário que o Ministério da Saúde, em conjunto com o Ministério da Educação, combata a desinformação e os mitos da vacinação através de programas educativos em variados meios de comunicação. Ademais, é preciso que o Sistema Único de Saúde foque  também nos adultos, com maior disponibilidade de vacinas e em horários de aplicação que abranjam o período noturno. Dessa forma, os brasileiros esquecerão do "emplastro Brás Cubas", e se voltarão novamente à Medicina moderna .