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Enviada em: 05/08/2018

A passagem do nomadismo para o sedentarismo na espécie humana, durante o período neolitico, deu-se pelo domínio da produção na natureza: a agricultura. De lá até a contemporeneidade, a agricultura passou por constantes mudanças, muito em razão do avanço tecnológico e da aplicação de produtos industriais que favorecem o plantio, os agrotóxicos, que por sua vez, tornou-se um problema  a ser discutido no Brasil e no mundo. Desse modo, a problemática persiste, sendo necessário analisar suas causas veinculadas à ascensão capitalista, bem como os impactos gerados por tal ainda hoje.  É importante notar, a princípio, que o advendo do capitalismo foi um fator preponderante para a manutenção do impasse. A esse respeito, o geógrafo Milton Santos crê que por trás do aparente capitalismo que deu certo, existe, na realidade, diversos problemas gerados por tal sistema. Dessa forma, a busca desenfreada pelo lucro, notadamente ligada à exportação de produtos agrícolas, vem sendo um agente propulsor do uso em demasia de agrotóxicos na agricultura em geral. Assim, o Brasil, país agroexportador desde a sua colonização, sofre enorme pressão de sua bancada ruralista, a exemplo da recém aprovação do relátorio que facilita o registro e o uso de agrotóxico, até mesmo aqueles mais perigosos, no país.  Consecutivamente, é necessário perceber, ainda, que além da produção em ritmo acelerado gerado pelo uso de tais substâncias químicas, essas corroboram com diversos problemas de saúde e de carácter ambiental. Dessa maneira, assim como dito pela filósofa Hannah Arendt, a uma "banalização do mal", de forma que naturalizamos o problema e não há uma intervenção a fim de mudá-lo. Nesse sentido, casos de intóxicação devido a tais subtâncias, que, somente em 2017, foi responsável pela morte de cerca de 4000 pessoas, vem se tornando comum. Ademais, o problema se expande para a natureza, onde é responsável pela contaminação de lençois freáticos, rios e mares, além de gerar a morte de milhares de animais e ser uma condição para o processo de bioacumulação.  Torna-se evidente, portanto, que o uso indiscriminado de agrotóxicos no meio rural é respondável por  grandes adversidades. Nessa perspectiva, o Poder Legislativo, em cossonância com o Executivo, deverão, respectivamente, criar leis mais rígidas diante do uso desses elementos tóxicos na agricultura bem como fiscalizar a aplicação desses pelas grandes produtoras de alimentos, de forma a conter os elevados níveis de agrotóxicos. Similarmente, ativistas sociais e ONG's deverão realizar multirões, pressionando os demiurgos indiferentes à causa para que esses promovão ações pragmáticas de contenção aos impactos ambientais e de saúde gerados pela subtância. Somente assim, a longo prazo, aquilo que os alimenta não será também aquilo que os mata.