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Enviada em: 30/07/2018

Com o fim das eras glaciais, o homem pré-histórico, pela observação dos fenômenos naturais e pelo domínio das técnicas de cultivo, fixou-se à terra no que se convencionou em chamar de Revolução Neolítica. Agora sedentários, essas comunidades ágrafas inseriram-se em um novo modelo de subsistência: a prática agrícola. Desde essa época, a agricultura exerce papel preponderante na vida dos seres humanos e, hoje, com o desenvolvimento das técnicas de cultivo, emprega diversas tecnologias, a exemplo, os agrotóxicos. Esses, por sua vez, embora estejam relacionados ao melhoramento do plantio, são responsáveis por diversos malefícios à saúde humana,  como intoxicações e câncer. Nesse cenário, em contrapartida ao que se é garantido pela Constituição Federal, a segurança alimentar se encontra cada vez mais ameaçada.       Imagine beber 9 litros de veneno: segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), essa é a quantidade média de defensivos agrícolas inseridos anualmente por cada brasileiro. De maneira geral, os agrotóxicos são exatamente o que o nome induz: produtos tóxicos nocivos à saúde e que têm como objetivo central exterminar as pragas nas plantações. Todavia, a grande problemática sobre o uso dessas substâncias diz respeito às elevadas concentrações manipuladas, muito maiores que o permitido.        Além da poluição ambiental evidente, elas são responsáveis pela incidência de diversos tipos de câncer, uma vez que causam alterações no código genético dos indivíduos. Por certo, nenhum alimento está livre desse produto: até mesmo o leite materno tem altas concentrações de agrotóxicos, o que culmina no aumento de intoxicações infantis. Em âmbito mundial, o Brasil se destaca negativamente quando em vista essa problemática, sendo o país que mais consome pesticidas - a maioria deles proibidos em países da União Europeia e nos Estados Unidos. Assim, tal como postulado pelo filósofo alemão Karl Marx, percebe-se que o capitalismo prioriza os lucros em detrimento dos valores.       Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas que solucionem esse impasse e contribuam para que a saúde dos cidadãos seja garantida, de modo a efetivar esse artigo da Carta Magna do país. Em primeiro lugar, é de extrema importância que o Ministério da Agricultura, em conjunto às secretarias municipais, apoie projetos de agroecologia, de modo a fomentar feiras agroecológicas nas cidades e o desenvolvimento da preferência por produtos orgânicos. Ademais, é interessante que o núcleo escolar, junto a pedagogos e agrônomos, direcione aulas específicas em contato com o alimento, por meio da adoção de hortas nessas estruturas, a fim de incentivar as crianças a criar um vínculo com o que se é produzido e optar pela alimentação saudável.