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Enviada em: 02/08/2018

O filósofo Aristóteles, afirmava que "em todas as coisas da natureza existe algo de maravilhoso". Por sua vez, apesar da frase do pensador apontar à beleza existente no equilíbrio do meio ambiente; o homem, através das ações antropogênicas, cerceia e inibe a livre manifestação dos ecossistemas. Nesse ínterim, o uso massivo de agrotóxicos é o corolário da ação abusiva sobre os biossistemas, uma vez que desequilibra e contamina as cadeias interdependentes das sociedades com o espaço natural. Sendo assim, faz-se necessário, no governo e nas comunidades, uma postura agroecológica frente aos impasses suscitados pela utilização dos pesticidas.      A priori, a utilização global dos agrotóxicos, deve ser compreendida como fator correlacionado à agressividade do grande capital, na busca ensandecida por maiores lucros. Isto é, corporações internacionais, investiram bilhões de dólares em projetos científicos que visavam desenvolver novos produtos químicos, a fim de comercializarem dentro das cadeias subjugadas aos seus grilhões. Por exemplo, a Monsanto, na década de 70, desenvolveu o glifosato e, desde então, o comercializa aos agricultores e fazendeiros de todo o mundo. Dessa forma, o herbicida passou a ser o mais vendido para o campo, e por isso mesmo, o mais consumido pelas populações. Como resultado, um substancial aumento do composto - potencialmente cancerígeno segundo a OMS -, foi observado no organismo de americanos, segundo um estudo da Universidade da Califórnia.      A posteriori, o uso de herbicidas e pesticidas, está vinculado aos desequilíbrios nos mais variados ecossistemas. Pois a alta toxidade das moléculas, bem como sua difícil remoção, favorece sua durabilidade no meio ambiente; além do mais, o uso não fiscalizado de agrotóxicos, em pequenas culturas locais, amplia a contaminação por não haver regulamentação dos órgãos competentes. Como consequência, solo, ar, leitos e aquíferos são contaminados, além de espécies desaparecerem ou terem suas populações reduzidas, como é o caso das abelhas.      Portanto, tendo em vista a elucidação dos problemas decorrentes do uso de agrotóxicos, cabe, ao governo, através do ministério da agricultura, unido, ao ministério da saúde, desenvolver um plano de intervenção sobre a atividade de multinacionais inescrupulosas, de modo à regular e banir os mais tóxicos produtos em circulação no mercado, além de exigir a progressiva transposição para um modelo agroecológico de produção. Às comunidades, cabe, pressionar os produtores, através de boicotes, assim como o governo, em manifestações e reuniões com seus representantes eleitos, com intuito de alcançar uma alimentação livre de venenos. Desse modo, haverá maior liberdade para os consumidores e a retomada do respeito pela natureza, há muito esquecido.