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Enviada em: 01/08/2018

Desde da grande expansão agrícola brasileira em direção as terras ao Centro-Oeste e Norte do país, iniciada na década de 1970, período que coincidiu com a Revolução Verde em todo o mundo, os agricultores vêm sofrendo  com as pragas nas suas lavouras, e por isso usam cada vez em maior quantidade, agrotóxicos. Isso ajuda a manter elevada a produção e salvaguardo os lucros dos grandes latifundiários. Entretanto, tais produtos causam a morte de milhares de pessoas.    Dessa forma, apesar do Brasil produzir ais alimentos do que é capaz de consumir, já que boa parte é desperdiçada na cadeia de produção, como mostrou uma pesquisa recente da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), tal desempenho está intimamente relacionado ao crescimento no uso de venenos agrícolas contra algumas pragas, como a vespa. Segundo o Dossiê Abrasco, de 2015, no ano anterior a divulgação da pesquisa a agricultura do país havia batido recorde no uso de agrotóxicos.    Sendo assim, diversas ONGs (Organizações Não Governamentais) ambientais e até mesmo a ONU (Organização das Nações Unidas) se posicionaram contrárias a tal aumento, porém, reduzir essa prática pode comprometer a produção agrícola. Desse modo, projetos de lei que engendram diminuir a oferta dos agrotóxicos no pais, dificilmente são aprovadas, já que, grupos ruralistas bastante influentes, como a UDR (União Democrática Ruralista).    Como resultado de tais práticas, o número de intoxicações por esses venenos é alto: de 1999 a 2012,mais de 114 mil pessoas foram vítimas, e desse valor mais de 2 mil morreram. Além de fazer mal para os indivíduos, é também bastante perigoso para o meio ambiente, pois, contamina as correntes de água, os lençóis freáticos e outras espécies que não são consideradas pragas.    É necessário, portanto, que seja reduzido o consumo de agrotóxicos e que isso não prejudique a produção agrícola, e tal objetivo pode ser conquistado de duas formas: primeiramente, o Estado deveria utilizar a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) para desenvolver animais que interajam ecologicamente com os parasitas das lavouras e assim possam diminuí-los, seja pela introdução de insetos estéreis da mesma espécie dos parasitas das lavouras ou de outros que predarão eles sem causar danos ao ecossistema e a população. Em segundo lugar, é fundamental que o Governo estimule, com concessão de crédito, a produção de agricultura orgânica, sem uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, evitando também o envenenamento dos consumidores. Tudo isso é imprescindível para que seja garantido alimento de qualidade para os brasileiros.