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Enviada em: 07/08/2018

“O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente”. A máxima do pensador Mahatma Gandhi, postulada no século XX, preconiza que as ações humanas pressupõem consequências posteriores. Na contemporaneidade, o crescimento exponencial do uso de agrotóxicos reproduz esse pressuposto, fomentando repercussões nos setores ambiental e humano. Nesse contexto, a busca infrene por lucro e a ausência regulações efetivas acentuam o protagonismo negativo dessa problemática na atualidade.        Em primeiro plano, cabe ressaltar que a utilização de defensivos agrícolas exprime a ganância veiculada ao sistema capitalista moderno. Consolidado após o advento da Revolução Industrial, o método econômico vigente prioriza, desde então, a lucratividade em detrimento à saúde do ser vivo. Analogamente, o uso e produção de biocidas se valem da mesma ética, tendo como arquétipo fundamental a condição da companhia Monsanto, responsável por contaminar cidades agrícolas inteiras com seus produtos, com o fito da manutenção e ampliação de seu patrimônio de bilhões de dólares. Assim, o ágio empresarial e a assolação ecossistêmica progridem em conjunto.        Além disso, é relevante salientar que a regulamentação sanitária que tange esses artigos ainda é ineficaz. Segundo Noam Chomsky, as pessoas são agentes morais, não as instituições estatais. Sob ótica desse modal, as agências de fiscalização de agroquímicos rarefazem a eficácia de seu papel, facilitando a disseminação desses produtos nas lavouras, inconsequentes quanto aos resultados desse feito. Desse modo, sucedem casos como o da cidade de Lucas do Rio Verde, cuja população foi sumariamente lesionada pela dispersão de elementos agrícolas tóxicos não corretamente regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.        São perceptíveis, portanto, os pormenores que impulsionam o uso de agrotóxicos. Nesse enquadramento, o Ministério da Agricultura deve incentivar a utilização de biopesticidas – ecologicamente eficazes e não letais – por parte dos agricultores, por intermédio de incentivos fiscais, visando a reduzir o contingente de agroquímicos aplicados nas lavras nacionais. Dessa forma, as ações humanas do presente determinarão um futuro sublime.