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Enviada em: 04/08/2018

Durante a Primeira Guerra Mundial, surgiram os agrotóxicos. Estes foram usados na Segunda Grande Guerra como arma química graças ao seu potencial nocivo e, atualmente, são servidos em abundância aos brasileiros pela negligente agroindústria, que opta pela lucratividade em detrimento da saúde do consumidor.         Tal problemática originou-se com a Revolução Verde, na década de 1950. Pois, a fim de solucionar a escassez de alimento em solo europeu no período pós guerra, adotou-se o uso de defensores agrícolas com o objetivo de otimizar as colheitas. O movimento chegou ao Brasil no decênio seguinte e foi implantado de forma impositiva, visto que os agricultores só tinham acesso ao financiamento bancário caso adquirissem, além das sementes, os agroquímicos.        Hoje, o país ocupa a terceira posição no ranking de maiores consumidores do produto e, segundo o Programa de Vigilância da Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos, da Universidade de Campinas (Unicamp), a falta de uma fiscalização eficaz permite que sejam distribuídos alimentos com índice residual acima do permitido e presença de substâncias proibidas pelo Ministério da Agricultura. E, embora haja uma média de 22 intoxicações por dia graças ao amplo uso destes agentes químicos, de acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a bancada ruralista, que defende os interesses econômicos dos grandes empresários do agronegócio, tem impedido mudanças que freiem o avanço desse quadro alarmante.      Posto isso, faz-se imprescindível que o Ministério da Agricultura ofereça incentivos fiscais aos pequenos agricultores produtores de orgânicos, por meio da redução de impostos, a fim de tornar mais justa a concorrência neste setor e ampliar a oferta de alimentos livres de substâncias químicas prejudiciais ao organismo humano. Ademais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve tornar obrigatória a presença de um aviso nas embalagens de produtos agrícolas que explicite as consequências a longo prazo do consumo de agrotóxicos.