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Enviada em: 05/08/2018

Os intensos conflitos e a necessidade de sobressair ao inimigo, fizeram da Segunda Guerra Mundial um período de intenso desenvolvimento tecnológico. Um dos diversos produtos criados na época foram os agrotóxicos, usados como armas químicas pelos combatentes e posteriormente transformados nos mais importantes insumos da produção agrícola. Infelizmente, com o passar dos anos, o que temos assistido são os riscos crescentes oriundos do mau uso dos agroquímicos, resultando em elevados índices de contaminação por parte da população e do meio ambiente.   Em primeiro plano, é necessário pontuar que as indústrias agrícolas integram um grupo relevante do ponto de vista comercial, pois movimentam a economia na ordem de milhões de dólares por ano. Os pesticidas trazem resultados expressivos nas exportações e na alta produtividade, assegurando o controle dos preços no mercado. Nesse sentido, o projeto de lei que visa centralizar a fiscalização dos defensivos agrícolas pelo Ministério da Agricultura, atende as expectativas do mercado e facilita a movimentação da maioria dos agrotóxicos no país, uma vez que dispensaria o controle por parte de órgãos como o Ibama, Anvisa e Ministério da Saúde.  Embora essa questão faça parte de um processo complexo, é preciso levar em consideração que o uso desenfreado de pesticidas pode acarretar consequências ainda mais graves no que se refere ao meio ambiente. Sabe-se que os agrotóxicos podem causar desiquilíbrios ambientais irreversíveis quando próximos a ecossistemas e atingir espécies essenciais para a manutenção da estabilidade nessas regiões. Além disso, o mau uso desses agentes pode criar pragas mais resistentes aos seus componentes químicos, necessitando de doses cada vez maiores para surtir o efeito desejado.  Outra questão a ser levada em conta é o dano à saúde que os agrotóxicos podem ocasionar. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) se posicionou contrário a utilização dos defensivos agrícolas alegando a incidência de câncer, motivo que levou diversos países Europeus a banirem certos tipos de agrotóxicos, ainda nos anos 70.  A partir da observação dos aspectos avaliados, evidencia-se que a questão do agrotóxico é delicada. É imprescindível que os órgãos controladores continuem exercendo suas funções no processo de aprovação desses produtos, com a finalidade de manter sob controle os danos já expressivos. Além disso, é interessante implementar o uso do controle biológico, como certos tipos de insetos e ácaros, baixando, assim, o impacto sobre os ecossistemas. Para mais, técnicas de fiscalização de tempos em tempos, pode ser uma alternativa ao uso descontrolado de agrotóxicos. Nessa direção, acredita-se que a situação contraditória desses produtos possa ser amenizada.