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Enviada em: 09/08/2018

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. E de fato, quando se observa o uso de agrotóxicos no Brasil e no mundo, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é bem empregado na prática, pois com o uso dos agrotóxicos se tornou possível a alimentação de bilhões de pessoas todos os dias. Porém, tal ideal não se encontra em sua plenitude, pois, muitas pessoas morrem ou sofrem de intoxicações por conta do uso demasiado de agrotóxicos. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.    É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com o site do Senado, uma grande parte dos grãos, verduras e frutas chegam à mesa do consumidor com resíduos de agrotóxicos acima do permitido. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Analogamente, percebe-se que, no Brasil, a imobilidade política no que tange a fiscalização dos agricultores no uso de agrotóxicos, rompe essa harmonia, haja vista que, a falta de leis, fiscalizações e monitoramento gera certa irresponsabilidade por parte dos produtores de alimento, que não se preocupam com a dosagem de agrotóxicos utilizada nos alimentos, gerada pela falta de fiscalização.    No entanto, o uso de agrotóxicos não deve ser banalizado ou proibido. Segundo Nicholas Vital em seu livro “agradeça aos agrotóxicos por estar vivo” é dito que sem os agrotóxicos muitas pessoas passariam fome, pois, a agricultura orgânica o único substituto para a agricultura com agrotóxicos, corresponde a apenas 1% das vendas, e sua produção é demasiadamente cara. Seguindo essa linha de raciocínio, observa-se que os agrotóxicos possibilitam o progresso da sociedade, pois possibilitam a alimentação de bilhões de pessoas, atingindo assim o Ideal Iluminista, pois sem ele muitos morreriam de fome.    É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Poder Legislativo deve elaborar leis que visem o aumento da fiscalização no uso de agrotóxicos, promovendo uma maior responsabilização por parte dos produtores de alimento, resultando assim, na diminuição das intoxicações. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação deve instituir nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que visem ampliar o conhecimento sobre o uso de agrotóxicos no Brasil e no mundo a fim de que haja uma maior mobilização social sobre o tema, promovendo uma maior responsabilidade governamental na fiscalização do uso de agrotóxicos, com o propósito de que a sociedade se desprenda de certos tabus.