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Enviada em: 14/08/2018

A utilização de agrotóxicos e fertilizantes é algo comum há muito tempo, sendo, inclusive, possível encontrar trechos na bíblia que relatam o uso de substâncias químicas em plantações para combater pragas. No entanto, o seu uso desenfreado vem causando problemas ambientais e afetando a saúde da população.        Os insumos agrícolas passaram a ser tratados como um grave problema ambiental devido ao seu uso excessivo mundialmente. No Brasil não é diferente, o país que tem a base de sua economia na agricultura é o terceiro maior consumidor de agrotóxicos no planeta. Na tentativa de extrair o máximo da produção para render mais, produtores rurais despejam pesticidas muito acima do permitido, colocando os defensivos agrícolas como a terceira maior causa de intoxicação no país. A Fundação Oswaldo Cruz aponta que ocorre uma intoxicação a cada 65 minutos, além do fato de os fertilizantes contaminarem a água, o solo e os animais, impactando o ambiente de todas as formas.        Apesar disso, o Brasil vai à contramão do mundo. Enquanto outros países buscam diminuir o uso dessas substâncias químicas, políticos brasileiros tentam fazer de tudo para flexibilizar as leis ambientes que impedem seu uso indiscriminado. O projeto prevê que produtos agrícolas não precisem passar por análises da Anvisa e Ibama antes de serem comercializados. Mesmo diversas ONGs, Ministério Público, alguns Estados, Ministério da Saúde e até mesmo a ONU se posicionando contra tal atitude, as entidades ruralistas e governamentais ligadas à agricultura estão fazendo de tudo para modificar a lei em prol de interesses particulares.        Portanto, é irrefutável que o projeto que pretende abrandar as leis de uso de defensivos agrícolas é um retrocesso. Diante de tantos problemas causados pela sua aplicação incorreta, o Ministério da Agricultura aliado ao da Saúde deviam aumentar a fiscalização no campo, protegendo não só os consumidores finais, mas também os trabalhadores rurais que ficam expostos ao químico. Ademais, é importante que mídias sociais e sites informem sobre os malefícios de produtos ricos em agrotóxicos para conscientizá-los, e, por fim, é fundamental o fornecimento de subsídios a produtores de cultivos orgânicos para facilitar um maior acesso a estes.