Materiais:
Enviada em: 15/08/2018

"É a parte que te cabe neste latifúndio". Os versos da obra Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto denunciam em seu caráter universalista a realidade do modo de produção latifundiário. Esse modelo produtivo desencadeou diversos problemas que preocupantes para o Brasil e para o mundo, dentre os quais é importante destacar o uso de agrotóxicos. Essa problemática se justifica pelo fato da utilização de defensivos agrícolas ser prejudicial à vida uma vez que afeta diretamente a saúde humana e também compromete o meio ambiente.       Diante disso, convém considerar, em primeiro plano, que a ingestão de alimentos contaminados com agrotóxicos é prejudicial à saúde. Isso se explica por meio do conceito biológico de Magnificação trófica que explica o aumento de poluentes não degradáveis ao longo da cadeia alimentar. Nesse sentido, ocorre a intoxicação dos consumidores - devido ao acúmulo dessas substâncias tóxicas no organismo - já que no Brasil, eles não são protegidos por uma legislação rígida e devidamente fiscalizada como ocorre em outros países do mundo, por exemplo na Noruega.       Também cabe ressaltar que o uso de agrotóxicos nas plantações causam grandes danos ao meio ambiente. Apesar das contradições sobre os benefícios da Revolução Verde a partir de 1950, é notório que esta acelerou o desenvolvimento agroindustrial. No entanto, os grandes proprietários assumiram, desde então, uma postura negligente ao priorizar o crescimento econômico sem dar a devida importância à preservação da natureza. Desse modo, o uso de defensivos agrícolas persistem no Brasil, sem regulamentação - dificultada pela influência da "bancada ruralista" na política brasileira - mesmo que esses produtos comprometam o solo, os recursos hídricos e afetem o equilíbrio ambiental não só no país, mas interferindo na dinâmica ecológica do mundo todo.       Portanto, torna-se evidente a problemática do isso de agrotóxicos no Brasil e no mundo. Por conseguinte, é fundamental o Governo brasileiro regulamentar o uso de substâncias tóxicas na agricultura, seguindo o exemplo norueguês, por meio da proibição de produtos prejudiciais ao homem e ao meio ambiente, e do incentivo à adoção de práticas sustentáveis de combate às pragas e melhoramento do solo como a biorremediação e a rotação de culturas, respectivamente, no intuito de melhoras as atuais condições da agricultura sem comprometer o desenvolvimento econômico, priorizando, assim, a vida. "Essa vida Severina".