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Enviada em: 15/08/2018

A Revolução Verde, que foi um processo de modernização agrícola ocorrido em meados da década de 1940, alterou a estrutura agrária. A implantação de máquinas no campo e sementes modificadas com alta resistência à diferentes pragas e doenças, atingiram maior eficiência na produção agrícola. Entretanto, um problema também advindo dessa Revolução, que está assolando as pessoas é o uso exacerbado e irresponsável de agrotóxicos, que culminam em doenças e intoxicações.   Em primeira análise, é necessário explanar que os trabalhadores com baixa escolaridade são os que mais se acidentam. Isso decorre da vulnerabilidade não apenas porque lidam diretamente com a produção e o manuseio, mas também porque sofrem de intoxicações crônicas, que ocorrem após anos de exposição a essas substâncias químicas. Lamentavelmente, esse cenário é comum, pois com base nos dados do Ministério da Saúde, 26 mil pacientes tiveram intoxicação confirmada por médicos, com média equivalente a sete pessoas intoxicadas por dia. Logo, é inaceitável que o uso do mesmo seja livremente e inexperientemente vendido e usado pelos trabalhadores.    Outra questão importante a ser analisada, é a proposta a ser votada em Plenário, do Projeto de Lei 6.299/2002, mais conhecido como "PL do Veneno". Esse projeto representa uma flexibilização perigosa das substâncias mencionadas, visto que o país não tem estrutura de monitorar intensamente, como países industrializados, os riscos envolvidos com a liberação de produtos com probabilidade de causar câncer, mutações genéticas e má-formação fetal. O único a se beneficiar com essa lei é o que lucra com isso, mas, é preciso salientar que, conforme defende o filósofo Hans Jonas e seu princípio de responsabilidade, o futuro não pode ficar refém de atos irresponsáveis para aqueles que eventualmente venham a nascer.    É imprescindível, portanto, um imediato plano de ação com o desígnio de um uso responsável de substâncias químicas na produção agrícola. Para tanto, é preciso que campanhas publicitárias com o fito de alertar sobre os perigos dos pesticidas na produção e na mesa, e manter a população informada e disposta a prevenir que projetos como o da PL do Veneno sejam aprovados. Essa ação deverá ser realizada por meio de ONGs em parceria com o Ministério da Saúde, dentro das escolas, nos bairros e nos setores de produção de alimentos. Espera-se, com isso, a diminuição de vítimas, pois agrotóxico sem controle, monitoramento e fiscalização adequados é veneno.